As grandes vozes do rock - é possível escolher o melhor? - parte 1
Marcelo Moreira
Os dez anos que marcam a morte de Ronnie James Dio reacenderam as velhas discussões de boteco sobre quem é o melhor de todos os cantores/vocalistas, principalmente do rock. Intermináveis e inúteis como as mesas redondas de futebol, servem apenas para acirrar ânimos, suscitar xingamentos diversos e, eventualmente, troca de tapas.
Ao contrário do futebol, onde é possível ser mais objetivo e ter elementos mais críveis para determinas os melhores – Pelé e Maradona, por exemplo -, no rock temos de aguentar gente batendo o pé em favor de Lemmy Kilminster, do Motorhead, por exemplo.
É possível estabelecer alguns parâmetros, sejam técnicos ou de desempenho no palco, para estabelecer os melhores. O melhor? Acredito que não dá para cravar quem seja o "Pelé" deles.
Na guitarra, a unanimidade recai sobre Jimi Hendrix, com alguns votando em Jeff Beck. No baixo, a disputa é mais acirrada entre John Entwistle (The Who), Jack Bruce (Cream), Jaco Pastorius e até Chris Squire (Yes).
Nos teclados? Que tal Rick Wakeman (Yes), Keith Emerson (Emerson, Lake and Palmer) e Jon Lord (Deep Purple)?
Bateria? Fica difícil escolher entre John Bonham (Led Zeppelin), Keith Moon (The Who), Ian Paice (Deep Purple), Buddy Rich, Gene Krupa, Max Roach, Art Blakey, Tony Williams, Billy Cobham…
Entres as vozes do rock, vamos elencar alguns monstros pra tentar ajudar na escolha:
Ronnie James Dio – Morto há dez anos, é quase a unanimidade entre os fãs do metal como o melhor do subgênero. Caindo de cabeça tarde no rock pesado, pelas mãos de Ritchie Blackmore, quando este formou o Rainbow, transformou-se em sinônimo de metal quando vestiu as cores do Black Sabbath e depois formou a sua banda solo. "Heaven and Hell", a faixa-título do álbum do Sabbath de 1980, é o símbolo de sua genialidade como cantor e compositor.
Bruce Dickinson – Voz potente, fôlego inesgotável e versatilidade estonteante chamaram a atenção do Iron Maiden, em 1981, para substituir o punk Paul Di'Anno, que cantava de forma rasgada, mas sem grande técnica. Como compositor, expandiu seus limites e indicou caminhos para que o heavy metal moderno se desenvolvesse.
Rob Halford – A voz do Judas Priest descende direto do hard rock dos anos 70. Extremamente técnico e com um alcance inexplicável e assustador nas notas altas, levou adiante as potências de Robert Plant, Ian Gillan e Glenn Hughes. É daqueles que é só abrir a boca para saber de quem se trata. É tão versátil e intenso quanto Bruce Dickinson.
Geoff Tate – Com tantos exemplos a seguir, o cantor do Queensryche acabou por estabelecendo um padrão e um patamar nos anos 80. Rivaliza com Dickinson na questão da interpretação e a versatilidade.
Sammy Hagar – Bluesy e com um feeling extraordinário, o segundo cantor do Van Halen transformou o grupo de uma banda festeira e alucinada para uma banda gigante e com um discurso mais pronto e menos flexível, embora com apelo comercial inegável. Injustamente classificado como "gritão", seu trabalho excelente pode ser conferido principalmente no Montrose e na carreira solo pós-Van Halen.
Sobre os Autores
Sobre o Blog
Contato: contato@combaterock.com.br
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.