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Em clipe de EP ao vivo, Soulfly traz a energia do filho de Max Cavalera

Combate Rock

28/05/2020 17h53

Do site Roque Reverso

O Soulfly lançou oficialmente seu EP digital "Live Ritual NYC MMXIX" e presenteou os fãs nesta sexta-feira, 22 de maio, com o clipe da música "The Summoning".

No vídeo, além da já tradicional vibrante apresentação da banda liderada pelo brasileiro Max Cavalera, chama a atenção a performance cheia de energia de Zyon Cavalera, filho do fundador, ex-vocalista e guitarrista do Sepultura.

Análises técnicas à parte, é nítida esta vibração de Zyon, aliada a uma rapidez que empolga qualquer fã de carteirinha de thrash metal, death metal ou crossover thrash.

O novo EP digital do Soulfly foi gravado no Gramercy, em Nova York, em fevereiro de 2019, durante a turnê do álbum "Ritual", lançado em 2018.

O áudio de "Live Ritual NYC MMXIX" foi mixado por Charles Elliott.

A arte da bela capa, que acompanha este texto, foi composta de fotos ao vivo tiradas por Rodrigo Fredes.

"Nova York é uma cidade hipnotizante; a cidade que nunca dorme! Estou sempre ansioso para tocar em NY. O Gramercy é um ótimo local e a multidão do Soulfly estava na linha de frente das trincheiras de um campo de batalha, lotado e movendo-se como algum tipo de tribo", afirmou o empolgado Max Cavalera, no comunicado sobre o clipe divulgado pela gravadora Nuclear Blast.

Heavy metal antes mesmo de nascer

Zyon, que tem 27 anos, não chegou agora no Soulfly. Está na banda desde 2012 na bateria e já tocou em outros grupos.

Entretanto, para uma geração mais velha de fãs do heavy metal que presenciaram o nascimento do garoto na Década de 90, no auge do Sepultura, é inevitável a sensação gratificante de ver o legado do pai e do tio Igor Cavalera ser passado para o jovem.

A inclusão de Zyon no heavy metal vem antes mesmo dele nascer. Para quem não se lembra ou não sabe, a introdução da faixa clássica do Sepultura, "Refuse/Resist", no grande álbum "Chaos A.D", de 1993, traz simplesmente o som do coração do hoje baterista ainda no útero da mãe, Gloria Cavalera.

Depois que Zyon nasceu, a presença do garoto, devidamente protegido por fones de ouvido, era constante atrás dos palcos durante os shows que o Sepultura realizou pelo mundo inteiro.

Quem não testemunhou ao vivo, conseguiu ver isso nos diversos E inesquecíveis programas alternativos da saudosa MTV Brasil, como o clássico "Fúria Metal" ou Especiais do Sepultura, apresentados por Gastão Moreira e Fábio Massari, respectivamente.

Em 1994, em um "Fúria Metal Especial Sepultura", Gastão Moreira foi até a residência de Max nos EUA e apresentou Zyon logo no início do programa. O filho de Max aparece com a camisa do Palmeiras, time dos irmãos Cavalera, e arquirrival do Corinthians, time de Gastão.

Na época, o Palmeiras vinha de títulos históricos sobre o arquirrival e Max não perdeu a oportunidade de provocar levemente o gente boa Gastão, que levou a brincadeira na esportiva, como manda a civilidade.

Importância da MTV

A MTV Brasil, por sinal, sempre esteve entre os locais que mais apoiaram o Sepultura desde a inauguração do canal em outubro de 1990. Com um fã clube atuante, liderado pelo grande Toninho Iron, a banda brasileira era presença constante no programa "Disk MTV", que trazia músicas mais variadas e não restritas ao heavy metal.

Muitas vezes, o grupo chegou a peitar figurões do rock e música pop, como Guns N' Roses, Faith no More, Madonna e New Kids on The Block, no ranking das músicas mais pedidas.

O Sepultura, por sinal, representou o Brasil no famoso "MTV Video Music Award", premiação da emissora norte-americana, como escolha da audiência do País em 1991 ("Orgasmatron") e 1994 ("Territory").

Foram bons tempos que os fãs das antigas do Sepultura não se esquecem.

O Soulfly não vem ao Brasil há algum tempo, mas os irmãos Cavalera vêm passando constantemente em turnês pelo País, tanto pelo Cavalera Conspiracy como nas turnês nas quais fazem homenagens às fases áureas do Sepultura.

Sobre os Autores

Marcelo Moreira, jornalista, com mais de 25 anos de profissão, acredita que a salvação do Rock está no Metal Melódico e no Rock Progressivo. Maurício Gaia, jornalista e especialista em mídias digitais, crê que o rock morreu na década de 60 e hoje é um cadáver insepulto e fétido. Gosta de baião-de-dois.

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