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Stevie Wonder, 70 anos: a explosão da vida na música mágica de um gênio

Combate Rock

14/05/2020 15h00

Marcelo Moreira

Stevie Wonder (FOTO: DIVULGAÇÃO)

Qual é o seu Stevie Wonder preferido? Aquele que emerge como um furação nas notas tremendas da guitarra de Stevie Ray Vaughan em "Superstition" ou aquele que embala e encanta na sutileza das mãos precisas do guitarrista Jeff Beck em "'Cause Weve Ended As Lovers"?

São as duas performances roqueiras de músicas do gênio pianista e multi-instrumentista que os roqueiros mais citam quando falam do menino prodígio da música negra dos aos 60.

Evidentemente que Stevland Hardaway Morris, que completou 70 anos mais conhecido como Stevie Wonder, é bem mais do que as simples menções mais familiares aos roqueiros.

As mãos suaves e carinhosas com as teclas de pianos e teclados foram capazes de enveredar por muitos mundos diferentes e de forma tão devastadora que não há adjetivos suficientes para reverenciar a genialidade do músico e a qualidade de suas canções.

Parece meio óbvio que que alguns de seus discos, principalmente os dos anos 70, frequentem as listas de 10, 20, 50, 100 maiores de todos os tempos.

Muitos de seus hits foram capazes de tocar fundo na alma de públicos tão distintos e heterogêneos no mundo inteiro. Quando uma música de Stevie Wonder toca no rádio ou em algum ambiente, o silêncio domina, como se houvesse uma reverência automática ou uma obrigatoriedade de prestar muita atenção. São raríssimos os artistas que provocam tal coisa – Nat King Cole, Bob Dylan, Miles Davis…

Até hoje é assim, e nem mesmo os superestrelados Beatles, Rolling Stones, Elvis Presley e Led Zeppelin, só para citar alguns, provocam tal efeito.

Certa vez, em uma entrevista para a revista Rolling Stone, o cantor inglês Rod Stewart, um devoto de Sam Cooke, mestre da soul music morto em 1964, afirmou que somente Stevie Wonder conseguia, assim como ídolo, colocar em uma só frase e uma música um groove, uma energia e uma melodia tão cativante.

Algum gaiato colocou nas redes sociais que Stevie Wonder era aquele cantor de voz suave e fina que apareceu nos clipes de "We Are the Word" (de 1985) e "Ebony and Ivory" (1982), este ao lado de Paul McCartney.

Claro que é um reducionismo barato e desrespeitoso, mas, ao mesmo tempo, foram capazes de medir a importância e a versatilidade de um dos gigantes de nosso tempo. Bob Dylan é poesia pura e literatura em forma de rock, mas a música de Stevie Wonder é a vida em sua plenitude se expandindo e transbordando qualidade de sua garganta, de sua voz e de sua gaita.

Escutar algumas de suas (muitas) melhores músicas é lembrar que vale a pena acordar no dia seguinte e ficar feliz por poder desfrutar de momentos magníficos e extraordinários da música.

Sobre os Autores

Marcelo Moreira, jornalista, com mais de 25 anos de profissão, acredita que a salvação do Rock está no Metal Melódico e no Rock Progressivo. Maurício Gaia, jornalista e especialista em mídias digitais, crê que o rock morreu na década de 60 e hoje é um cadáver insepulto e fétido. Gosta de baião-de-dois.

Sobre o Blog

O Combate Rock é um espaço destinado a pancadarias diversas, com muita informação, opinião e prestação de serviços na área musical, sempre privilegiando um bom confronto, como o nome sugere. Comandado por Marcelo Moreira e Mauricio Gaia, os assuntos preferencialmente vão girar em torno do lema “vamos falar das bandas que nós gostamos e detonar as bandas que vocês gostam..” Sejam bem-vindos ao nosso ringue musical.
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