Sintonizada com a realidade, nova canção dos Stones agrada, mas não encanta
Marcelo Moreira
Um oportunismo bem-vindo na esteira de uma elogiada participação no "One World – Together at Home", o festival online de Lady Gaga. Não dá para negar: o timing comercial e de marketing dos Rolling Stones é perfeito.
Ao lançar a primeira música inédita em mais de oito anos na internet, a banda mostra sintonia com a realidade e acentua a tendência de letras mais politizadas e de contestação, que já havia aparecido quando MIck Jagger lançou duas canções solo modernosas três ou quatro anos atrás.
"Living in a Ghost Town" foi composta e começou a ser gravada há mais de um ano em Los Angeles para um eventual novo álbum da banda, algo que não ocorre há 15 anos, quando chegou ao mercado "A Bigger Bang", apenas razoável.
A canção remete ao trabalho que a banda fez nos anos 80, com aquela estética mais classuda e bem produzida, com uma base musical que lembra muito o rhythm and blues de Nova Orleans.
O groove é fantástico, assim como o trabalho de guitarras, dando suporte a uma letra que foi adaptada nos últimos dias para os tempos de isolamento social e combate ao coronavírus.
Como o restante das músicas inéditas surgidas de forma esporádica neste século – espalhadas em coletâneas -, "Living in the Ghost Town" não é memorável. Ouso dizer até que teria dificuldades em ser encaixada nos discos dos naos 80 da banda e até mesmo em outros mais recentes pouco inspirados, como "Bridges of Babylon", de 1998.
Quem diria que o mais importante seria o clipe de divulgação, mais legal do que a própria música, gravado em várias cidades (vazias) importantes do mundo Não que ela seja ruim, mas é que falta impacto por ser uma canção inédita dos Rolling Stones. Ela é comum demais, como as faixas que costumam povoar álbuns apenas para completá-los.
No entanto, precisamos festejá-la. A banda está prestes a completar 58 anos de atividades, com seus integrantes beirando os 80 anos de idade.
Lançar música nova e com algum frescor é algo que merece celebração em um mundo que virou de cabeça para baixo e em que a música deixou de ter a importância que tinha por ter ficado de graça e muito fácil de ser obtida.
É uma canção simples e fácil, daquelas que agradam, mas que não ficam presas à memória. Sinaliza, entretanto, que os Stones não pensam em parar tão cedo.
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