O ataque das forças burras e medievais é só o começo
Marcelo Moreira
Os indícios da escalada autoritária estiveram evidentes antes do segundo turno da eleiçaõ presidencial do ano passado. Os ataques conservadores e de religiosos da pior espécie foram contundentes e explícitos. Consumada a vitória do nefasto presidente de extrema direita, os ataques se tornaram mais explícitos.
A democracia está, sim, sob ameaça, embora não iminente e imediata. As forças medievais travestidas de conservadoras e o pior e mais nojento do que existe em termos religiosos passaram o ano de 2019 testando os limites da democracia e da civilização, deprendando sistematicamente direitos humanos, civis e políticas ambientais e científicas.
O governo Jair Bolsonaro, composto por gente imbecil e incompetente, e apoiado por gente ainda mais burra, abriu as portas do inferno e incentivou o que há de mais lixo na sociedade a vomitar sua completa indigência intelectual e atentar contra a educação, as artes, a cultura e a inteligência.
Muita gente ingênua, desinformada, ignorante ou simplesmente mau caráter desdenhou da possibilidade de esse caos político e social chegar ao rock. Mal sabiam esses idiotas que o rock nacional, entre músicos e apreciadores, está coalhado de otários (para ser elegante) que não se importam com esse estado ao qual nos deparamos.
A intervenção da Polícia Militar em show de rock neste final de semana, quando um cantor foi levado coercitivamente a uma delegacia de polícia para "prestar esclarecimentos", é só a ponta de um iceberg que promete transformar a nossa vida em um inferno e depredar a democracia. E tudo isso por causa de uma mulher nojenta que se incomodu com um adesivo "Fora, Bolsonaro".
No primeiro semestre a PM do Pará já tinha forçado o cancelamento de um evento minutos antes de seu início. sob a alegação de que o lugar não tinha alvará para receber o show (tinha), policiais militares ameaçaram os organizadores e músicos do Facada Fest, em Belém, após receberem "queixas" de políticos e simpatizantes de Bolsonaro que o cartaz do evento era ofensivo ao presidente.
Em Brasília, a PM brasiliense não gostou de um discurso e de ma música executada pela banda paulista Escombro em um festival punk. Assim como neste final de semana, em São Paulo, o cantor do Escombro foi ameaçado, intimidado e levado coercitivamente para a delegacia.
Por uma questão de dever ético, temos de admitir que, neste momento e em relação aos casos anteriores narrados, é impossível determinar se as ações policiaisa fazem parte de uma política de governo – estadual ou federal – ou se não passam de mero desvio de função e de comportamento de policiais ruins, incompetentes e sem inteligência.
Em comunicados oficiais, as Secretarias de Segurança dos Estados mencionados e os comandos das PMs negam "qualquer orientação de cunho autoritário e repressivo". Entretanto, se recusam a dizer se tomarão alguma medida contra os casos mais frequentes de abusos de autoridade e de comportamentos fascistas.
O fato é que os idiotas que gostam ou que vivem de rock que achavam que esse tipo de situação jamais atingiria o meio precisam se resignar, admitir que erraram muito e que o autoritarismo está na porta de nossa sociedade.
Para os imbecis que achavam que Bolsonaro era inofensivo e fanfarrão, que engulam sua retórica asquerosa e admitam que são responsáveis, direta ou indiretamente, pela chegada ao poder desse tipo de gente abjeta, fato que incentivou e estimulou os maiores lixos de nossa sociedade a sair de casa e empestear o mundo com suas ideias retrógradas e medievais.
Os ataque antidemocráticos ao músico paulistano neste final de semana e ao público do baile de funk de Paraisópolis, onde nove pessoas morreram pisoteadas (assassinadas diante da incompetência da PM?) são apenas o começo da guerra cultural que o conservadorismo nojento e medieval está empreendendo contra asocierdade civilizada.
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