SuperSonic Brewer e Gods & Punks puxam nova leva de stoner metal nacional
Marcelo Moreira
Guitarras pesadas, timbres graves e ambiente soturno, tudo encharcado com aquela sonoridade setentista que lembra Black Sabbath e Uriah Heep. O stoner rock e o stoner metal continuam crescendo no exterior e as bandas brasileiras pegaram carona com competência.
Entre os expoentes desta vertente estão os cariocas do Gods & Punks e os gaúchos do SuperSonic Brewer. São duas bandas que capricham nas guitarras com afinação baixa, contrabaixo com som amplo e uma ambientação que esbarra na claustrofobia.
"Não dá para dizer que direcionamos o nosso som para essa vertente", diz o baixista e vocalista Vinícius Durli, da SuperSonic Brewer. "Cada um de nós traz uma influência e a gente resolve na composição e no estúdio. Mas não dá para negar que temos influências do Black Sabbath, do Nazareth e das bandas de southern rock."
A banda de Bento Gonçalves de prepara para lançar o CD "In Blackness", o quarto trabalho do grupo. As guitarras, é claro, devem predominar. Um dos singles já lançados é "Lust For Blood A. D.", que surpreende pela maturidade e pela pesquisa sonora. Duvido que outro grupo consiga fazer um som levemente semelhante.
A música é um petardo, que pende mais para o thrash metal, só que todos os elementos do stoner estão ali, principalmente nos timbres sujos e gordo de guitarra e no baixo "expansivo" e trovejante.
É complicado quando se fala em maturidade para uma banda com mais de 15 anos de estrada, por mais que os percalços do metal nacional sejam muitas vezes angustiantes.
Entretanto, o que virá em "In Blackness" é exatamente um soim maduro e bem formatado para um CD completo, o terceiro, que vem na sequência de um EP lançado lá atrás, em 2014.
"Houve mais tempo paracomparar e lapidar as músicas", afirma Durli. "Acho que estamos mais coesos e com uma vontande imensa de tocar as novas músicas. Estão mais bem resolvidas? Prefiro não olhar por este aspecto. Creio que estão perfeitamente adequada ao momento atual da banda. Aprendemos muito na estrada e o resultado é muito satisfatório."
Também é uma característica do Gods & Punks a busca de uma identidade sonora que coloque a banda em um segmento próprio.
Quem diz que todas as bandas de stoner tem tudo o mesmo som nunca ouviu, por exemplo, o Autovoid Redemption, de Santo André (SP), e Arkan, de São Paulo. É o que percebemos no som do grupo.
De inspiração europeia, digamos assim, o Gods & Punks aposta mais no ritmo lento e denso, com muito peso, esbarrando no doom metal.
Seu último EP é "And the Celestial Ascension", lançado há pouco tempo, é o seu melhor trabalho, com produção muito boa e atenção a detalhes como a bateria pulsante e o baixo quase que servindo como uma guitarra base.
"Ascension" abre o EP com uma bela introdução semiacústica que evolui para um ritmo sombrio e riffs muito pesados, praticamente dando o tom da obra.
"Crowns of Fire" segue na mesma toada, ainda mais lenta e abusando de vocais passados em filtro, como um Candelmass com vocais mais agudos. O trabalho de guitarras aqui também é elogiável, assim como na forte e lúgubre "Escape to the Stars".
Sem pontos baixos, o disco ainda tem boas canções como "Infinite Hourglass" e "Dying Planet", que abusam um pouco das referências sabbathianas, mas compensam com arranjos diferentes e sofisticados, especialmente a segunda música.
Gods & Punks é um grande achado do rock pesado nacional – mais uma garimpagem da Abraxas Music. Seguindo nesta toada, a banda certamente será uma das mis interessantes do metal nacional em pouco tempo.
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