Nostalgia e política são os destaques da primeira noite do Porão do Rock
A noite de abertura da 22ª edição do festival Porão do Rock foi marcada por tons nostálgicos e, como não poderia deixar de ser, pela política.
Onze bandas se revezaram nos dois palcos da Arena Lounge, no estádio Mané Garrincha (este blog se recusa a adotar o novo nome do estádio pós-Copa do Mundo), e os principais destaques foram Ratos de Porão, Edu Falaschi, Raimundos e Dead Fish.
O Ratos de Porão, em formação de trio, sem o vocalista João Gordo – em recuperação de uma pneumonia – fez uma apresentação feroz, baseado no álbum "Brasil", de 1989. Trinta anos depois, suas letras continuam atuais e tocam o dedo nas feridas das mazelas sociais e políticas do país. Após "chamar a Anitta", o guitarrista e agora vocalista Jão reclamou da platéia "vocês estão muito quietos". A resposta veio rápida: um mosh se formou no meio do pessoal e muita gente começou a "chamar a Anitta" .
Na sequência, Edu Falaschi e banda subiu ao palco também em um show comemorativo dos quinze anos do lançamento do álbum "Temple of Shadows", lançado pelo Angra. Com o reforço de um quarteto de cordas, a apresentação empolgou o público, que cantou junto muitas músicas.
Entre as apresentações de Falaschi e os Raimundos, tivemos Galinha Preta, com seu grindcore rápido e feroz e a banda americana Escape The Fate. Ao final da apresentação da banda brasiliense, o vocalista Frango Kaos observou que mais importante que "chamar a Anitta" é preciso incluir a palavra "impeachment" nas manifestações. Já a banda americana apresentou seu hardcore com pitadas de metal e fez com que a platéia fizesse muitas rodas de mosh.
Um dos momentos mais esperados da noite foi a apresentação dos Raimundos, que também baseou seu setlist em uma data comemorativa – 25 anos do lançamento de seu primeiro álbum. Com a presença de seu baterista original, Fred Castro, a banda fez com que muitos cantassem suas músicas de cabo a rabo. A parte final do show contou com Fred e Caio, o atual baterista, no palco e os bumbos ressoavam forte no peito de quem estivesse na frente do palco.
A penúltima banda da noite foi o Dead Fish. Uma das principais bandas de hardcore do país foi direta: "A esperança das ruas de 2013 catalisou aquele grande acordo nacional, com o supremo e com tudo, pra estancar uma sangria em nome da família e de um torturador" vociferava Rodrigo, na canção "Sangue nas Mãos".
Mais à frente, ele apontou para as famílias que controlam os grandes conglomerados de mídia, também os culpando pelo golpe – foi o termo usado por ele – de 2016. O som alto fazia com que as canções e o discurso da banda fossem ouvidos a mais de um quilômetro de distância do estádio.
Hoje, teremos a última noite do festival, com a apresentação de alguns artistas como Canto Cego, Rincón Sapiência, Rumbora e Criolo.
* Maurício Gaia viajou a convite da organização do festival
Sobre os Autores
Sobre o Blog
Contato: contato@combaterock.com.br
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.