Sioux 66 retorma mais forte e pesado em novo álbum
Marcelo Moreira
Diversificação, sofisticação e maturidade. As três palavras definem o novo trabalho da banda paulistana Sioux 66, um dos principais nomes da nova geração hard rock brasileira que canta em português.
Na esteira de uma bem-sucedida passagem pelo Rock in Rio 2019 nos palcos alternativos, o quinteto decidiu que era hora de colocar a "faca nos dentes" e adicionar mais peso a um som hard bem feito e baseado nas melodias.
"Isso não aconteceu de caso pensado. As músicas saíram assim. O som era um pouco mais bluesy e, com a chegada do Yohan [Kisser], ganhamos mais peso e expandimos um pouco mais o leque de influências", diz o guitarrista Bento Mello.
É possível notar as diferenças a que ele se refere. Depois que o guitarrista Mika Jaxx deixou o grupo e se mudou para Los Angeles, nos Estados Unidos, ficou a dúvida para chamar um músico para o seu lugar: um cara mais blues, tipo Slash, ou alguém com outro direcionamento, mais pesado?
"Creio que essa nem foi a questão principal. Quando optamos pelo Yohan, queríamos um músico que tivesse um histórico diferente e com outras linhas de pensamento. De cara sabíamos que era ele, e era inevitável que o som mudasse", afirma o guitarrista.
Yohan Kisser, filho de Andreas Kisser, do Sepultura, trouxe mais do que sua incendiária guitarra e seus fraseados clássicos e elegantes. A banda precisava de mais um compositor, e Kisser assina cinco das oito faixas do álbum "MMXIX" (2019 em algarismos romanos).
Pode ser apenas coincidência que o primeiro álbum com Kisser – o terceiro da banda – soe mais pesado, mas é fato que as guitarras estão mais em evidência, aprofundando o conceito de duelo entre a dupla das seis cordas.
O grupo deixou de lado também temas mais complexos e sofisticados e apostou em um som mais direto. São oito músicas em menos de 40 minutos dinâmicos.
Os grandes destaques são "O Corre" e "Virtual/Realidade", que ilustram a nova fase, digamos assim, do Sioux 66. A primeira é um hard rock clássico baseado no duelo de guitarras frenético e um vocal mais agrssivo de Igor Godoi.
A segunda se aproxima mais do heavy, com uma sonoridade mais moderna e timbres de guitarra bem mais pesado. A agressividade também predomina.
"Diversão", clássico dos Titãs, ficou ótima na versão mais suja e quase punk, em um belo tributo, que contou com as participações de Branco Mello (integrante dos Titãs e pai de Bento Mello), de Gabriel Martins e da cantora Cyz Mendes.
"A escolha dessa música é marcante porque demonstra qual foi o sentimento na construão e gravação do álbum. Houve uma pequena 'desconsrução' para deixá-la mais pesada, com aquele ar de hard rock americano dos 80. Foi insano e emocionante regravá-la com a nossa cara", comenta Bento Mello entusiasmado.
"MMXIX" é um disco poderoso e interessante, fugindo das propostas que as bandas atuais encampam, de sonoridade saturada e muito alta.
O grupo decidiu ser mais direito e econômico, optando pela energia e intensidade e deixando um pouco de lado a sofisticação. A maturidade do terceiro álbum ofereceu ao Sioux 66 a chance de lançar o seu melhor trabalho.
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