Vândalos depredam a Galeria do Rock com pichações
Marcelo Moreira
A Galeria do Rock e o Sesc 24 de Maio foram vandalizados na madrugada de sãbado, 28 de setembro, para domingo, 29, em São Paulo. As fachadas e portas de aço amanheceram pichadas com tinta spray e também com tinta usada para pintura de paredes.
Segundo comerciantes que estiveram no centro na madrugada, o vandalismo ocorreu durante a realização do SP na Rua, um evento ptromovido pela Prefeitura de São Paulo.
Autoproclamada a maior festa aberta de rua da cidade, a festa regada a muita música eletrônica em 16 pontos da região central da cidade durou aproxzimadamente dez horas, acabando na manhã de domingo.
É evidente que não dá para culpar a SP na Rua pelo vandaismo de meia dúzia – aliás, é um dos eventos mais marcantes e importantes da cidade.
O que choca é que o crime ocorre durante uma festa onde se pressupõe que os frequentadores tenham educação e preservem o patrimônio público e os edifícios comerciais.
Em mais de 15 anos de Virada Cultural Paulistana, que reúne milhões de pessos no centro da capital em um final de semana de maio, tal coisa jamais tinha acontecido.
Até o momento nenhuma imagem de câmeras apareceu para tentar identificar os criminosos. Nem mesmo testemunhas surgiram – não é possível que ninguem tenha visto os vagabundos que vandalizaram os prédios.
Durante algum tempo tive muito contato com vários coletivos importantes e relevantes da cidade de São Paulo que militam na área da cultura e nas regiões de periferia. Era um tempo em que trabalhei como assessor de comunicação de uma organização partidária de esquerda.
Alguns de seus líderes, na tentativa de justificar o vandalismo de algumas pessoas e, em seguida, para tentar libertá-las da prisão, argmentam que pichação é uma manifestação cultural e política de uma "periferia e de uma população carente, discriminada e oprimida".
Não é. Pichação é vandalismo. Ainda que fosse algum tipo de argumentação, o problema é convencer disso o dono do pmuro pichado, seja morador residencial ou comerciante, vítimas constantes dessa depredação.
Escrever um palavrão numa parede é um ato político? É bastante discutível – desde que seja feito em prédio público e não cause prejuízo financeiro a nenhum cidadão ou empresa. Caso contrário, é crime e tem de ser combatido.
Já o grafite é uma das artes contemporâneas mais relevantes e representativas que existem na atualidade. O brasileiro Eduardo Kobra, com obras no mundo inteiro, é um dos artistas mais respeitado do gênero. E tem um alcance, abrangência e contundência gigantescos, muito mais do que rabiscos de gangues que estragam paredes.
Em tempos de crise política e econômica, ou mesmo em períodos de exceção, quando governos se tornam autoritários e ditaduras emergem, é perfeitamente compreensível quando observamos pichações em todos os lugares – mas isso não muda a essência do fato: é vandalismo e é crime.
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