O que é a Orquestra Mundana Refugi
Marcelo Moreira
A Orquestra Mundana Refugi é dauqleas iniciativas que costumam renovar, ainda que por pouco tempo, a fé na civilização – e na capacidade de acolhimento da sociedade brasileira.
É inacreditável que a mesma sociedade que produz 60 mil homicídios por ano é capaz de gestos nobres como a política de recepção de refugiados do mundo todo – pelo menos foi assim até 2016, quando o governo MIchel Temer assumiu e iniciou mudanças na forma de como o país trata os imigrantes.
Idealizada pelo compositor e multi-instrumentista Carlinhos Antunes e pela assistente social Cleo Regina, a orquestra surgiu como uma iniciativa para ajudar na adaptação de grupos de refugiados em São Paulo unindo arte, cultura e solidariedade.
O projeto deu tão certo que se tornou uma orquestra de verdade, que já lançou dois elogiados CDs pelo Sesc paulista – "Caravana Refugi" é o mais recente. A qualidade musical é extraordinária, resultado da fusão de culturas e também de ritmos e gêneros musicais. Não é world music, é muito mais do que isso.
A Refugi é um desdobramento natural do combo paulista Orquestra Mundana, que já contava com músicos da França e de Cuba e de diversas regiões do Brasil.
Com o aumento do fluxo de refugiados no Brasil, a Oruqestra Mundana Refugi acolheu músicos da, Síria, Congo, Haiti, Irã e Guiné, entre outros países. Com o crescimento do projeto, a ideia é que a formação se torne variável pra acolher um número maior de ritmos e influências.
Na formação atual, um dos destaques é o conjunto de vozes que une cantos tradicionais árabes e persas são trazidos para arranjos que comportam também o canto brasileiro.
Para isso, integram a banda atualmente as cantoras Oula Al-Saghir, da Síria/Palestina, e Mah Mooni, do Irã, ao lado da brasileira de Mato Grosso do Sul Paula Mirhan.
Para interpretar os temas africanos e na intersecção afrobrasileira aparecem Mariama Camara, da Guiné-Conacri, Leonardo Matumona e Hidras Tuala, ambos do Congo.
O único CD da Orquestra Mundana Refugi pode ser encontrado nas unidades do Sesc do Estado de São Paulo. A formação com´pleta é a seguinte: Carlinhos Antunes – cordas e direção musical – Brasil; Abou Cissé – percussão – Guiné-Conacri; Arash Azadeh – kemanche – Irã; Beto Angerosa – percussão – Brasil; Claudio Kairouz – kanun árabe – Brasil; Daniel Muller – acordeon – Brasil; Danilo Penteado – piano – Brasil; Hidras Tuala – voz – Congo; Leonardo Matumona – voz – Congo; Luis Cabrera – saxofone – Cuba; Mah Mooni – voz – Irã; Maiara Moraes – flauta – Brasil; Mariama Camara – voz e percussão – Guiné-Conacri; Mathilde Fillat – violino – França; Nelson Lin – cítara de martelo – Brasil/China; Oula Al-Saghir – voz – Palestina/Síria; Paula Mirhan – voz – Brasil; Pedro Ito – bateria – Brasil; Raouf Jemni – kanun turco – Tunísia; Rui Barossi – contrabaixo – Brasil; Yousef Saif – bouzouki – Palestina.
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