Roger Daltrey homenageia os 50 anos de 'Tommy' com CD orquestral

Marcelo Moreira

Os integrantes da banda The Who começam as comemorações do cinquentenário do lançamento do álbum que tornou a banda inglesa famosa em todo o mundo. "Tommy" marcou época como a principal ópera-rock da história, além de ter sido a primeira, de fato.

O cantor Roger Daltrey acaba de lançar "The Who's Tommy Orchestral", CD ao vivo que reproduz na íntegra o álbum duplo lançado em 1969, uma das obras máximas do compositor Pete Townshend, o guitarrista e líder da banda.

É a repetição da turnê que o cantor empreendeu entre 20109 e 2010, quando Townshend decidiu que não iria sair  para tocar com o Who. Irritado, Daltrey montou uma banda e quis fazer o seu próprio tributo a "Tommy", que então completava 40 anos de seu lançamento.

Dois anos depois, era a vez do Who fazer a sua própria homenagem, com Townshend aceitando fazer nova turnê. Um showgravado em Londres foi lançado em, 2013 com o registro daquela versão ao vivo de "Tommy".

Aparentemente, o Who não deverá mais subir aos palcos após o final da turnê "Hit 50", encerrada no ano passado e que passou pelo Brasil em 2017.

A banda deve lançar ainda neste ano um CD de músicas néditas, que deve ser o último da carreira, mas Daltrey não quer saber de parar, ao mens por enquanto.

Com a banda de apoio do Who, o cantor encarou novamente a estrada para reproduzir "Tommy" em apresentações nos Estads Unidos e na Europa no final do ano passado.

É um lançamento importante, mas nada demais em relação aos demais que tivera a ópera-rock como tema. Desta vez, a banda de Daltrey contou com o apoio de orquestras locais para dar um molho a mais, sempre com o maestro Keith Levinson como condutor. As gravaões ocorreram ao vivo em Budapest (Hungria) e Nova York.

Chama a atenção a performance emotiva de Daltrey, um homem que aos 75 anos de idade demonstra um amor incondicional à música e à profissão.

Aquele que já foi o melhor vocalista de rock de todos os tempos, ao lado de Mick Jagger (Rolling Stones) e Freddie Mercury (Queen), está bem longe de seus melhores dias, mas dignifica em cada segundo e cada nota a sua notável carreira.

A voz está mais rouca, perdeu parte da força, mas a interpretação é sublime diante do esforço e da magnitude da obra de Townshend. Mais do que uma homenagem a "Tommy", o novo lançamento é um tributo à história do rock.