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Top Link 30 anos: uma bela celebração de amigos e do rock

Combate Rock

09/05/2019 17h00

Marcelo Moreira e Henrique Neal (especial para o Combate Rock)

Banda Malta (FOTO: LETÍCIA NUNES LIMA)

A ideia era que houvesse um minifestival para marcar os 30 anos de atuação da empresa Top Link no Brasil. O público foi pequeno na noite quente de sexta-feira, de 3 abril, mas isso foi o que menos importou para o dono da festa.

O empresário Paulo Baron, presidente da empresa, aproveitou para lançar o seu livro autobiográfico e cumprimentou cada um dos amigos que teve acesso à área VIP em frente ao palco.

"É uma celebração entre amigos, já que sem as bandas, a imprensa e o público a Top Link não seria o que hoje. Só poss agradecer por tudo o que conquistamos", afirmou o mexicano radicado há décadas no Brasil.

Baron é um caso raro de empresário raro e talentoso. É um cara que enxerga possibilidades onde a maioria vê obstáculos instransponíveis e desesperança. Como apostar no rock pesado e no heavy metal na América Latina em constante crise política e econômica?

A sua insistência fez da Top Link uma das cinco maiores produtoras de shows e eventos de rock do México para baixo, transformando Baron em figura requisitada, respeitada e conhecida entre os maiores astros do rock da atualidade.

A escalação de uma banda como Jesus Jones, que tinha vindo apenas uma vez ao Brasil e fazia parte de um universo distante do mundo da empresa – pop rock dos anos 90 – causou estranheza, o que pode ter contribuído para um público aquém do esperado.

Ao vivo o quinteto soa um pouco mais pesado, até conseguiu surpreender a maioria dos jovens que não conheciam a banda. Entretanto, como dissemos, eram músicos de outro mundo, de outra era. Fizeram um show razoável.

Quem também soa bem mais pesado ao vivo é a banda Malta, que já está no quarto disco e faz parte do elenco de artistas da Top Link.

A cantora Luana Camarah deu uma cara mais rocker ao quarteto, que fez do recomeço, em 2016, uma medida necessária para ressurgir em forma. Entre as bandas novas desse cenário depauperado do pop rock nacional, é um dos destaques, principalmente pela qualidade de algumas músicas, como "Manipulação".

O Massacration deixou de ser novidade há muito tempo. Voltou depois de um longo hiato, mas as piadas parecem ser as mesmas. Muito dependente da interação com o público, seus integrantes penaram para conseguir atenção de um público ainda tímido e muito pequeno no começo do evento, algo bem diferente da autêntica festa da gravação do DVD, há quase um ano meio.

A jam session final de integrantes do Angra com uma penca de amigos acabou sendo um belo final para o evento, ainda que muito tarde da madrugada. Todo mundo estava realmente se divertindo.

Ovacionado, Paulo Baron fez vários agradecimentos e curtiu cada segundo de rock. Provavelmente é o único personagem no Brasil a reunir a nata do rock brasileiro em todos os níveis – quem não compareceu estava em turnê internacional ou pelo Brasil. Até mesmo Kai Hansen, guitarrista do Gamma Ray e Helloween, de passagem por São Paulo, apareceu para cumprimentar o empresário.

Se o minifestival teve público de menos, a festa foi bem bacana, com a reunião de quase todos os melhores músicos de rock pesado do país.

Sobre os Autores

Marcelo Moreira, jornalista, com mais de 25 anos de profissão, acredita que a salvação do Rock está no Metal Melódico e no Rock Progressivo. Maurício Gaia, jornalista e especialista em mídias digitais, crê que o rock morreu na década de 60 e hoje é um cadáver insepulto e fétido. Gosta de baião-de-dois.

Sobre o Blog

O Combate Rock é um espaço destinado a pancadarias diversas, com muita informação, opinião e prestação de serviços na área musical, sempre privilegiando um bom confronto, como o nome sugere. Comandado por Marcelo Moreira e Mauricio Gaia, os assuntos preferencialmente vão girar em torno do lema “vamos falar das bandas que nós gostamos e detonar as bandas que vocês gostam..” Sejam bem-vindos ao nosso ringue musical.
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