Greta Van Fleet até que vai bem ao vivo, mas é muito cópia do Led Zeppelin
Marcelo Moreira
Dois bons shows e a impressão que se tinha foi confirmada: Greta Van Fleet não se esforça nem um pouco para disfarçar que copia demais o Led Zeppelin.
Não é ruim, soa agradável no palco e a guitarra dá o tom, mostrando muita qualidade na execução, mas toda a gritaria em torno da banda como possível "salvação" do rock não se justifica.
Os quatro garotos "caipiras" aprenderam direitinho a emular o som setentista do Led e ralaram bastante nos palcos para transmitir uma sensação de segurança em seu rock vigoroso e de arena. Foram bem no Lollapalooza Brasil, no autódromo de Interlagos, mas não tem como não perceber a cada dez segundos: é Led Zeppelin demais.
Em um festival com pegada alternativa e disperso com tantas atrações diversas, é natural que o rock acabe soterrado na avalanche de atrações. Tem sido assim nas edições nacionais do Lolla, seguindo a tendência internacional de eventos difusos como esse – o Rock in Rio nas edições brasileiras e internacionais, por exemplo.
Portanto, saudemos que uma banda de rock genuína (bem, mais ou menos) tenha o destaque que o Greta Van Fleet. Para sorte ou azar do quarteto, a exposição que está tendo na atualidade o colocam na vanguarda dos sons que ainda valorizam a guitarra – por incrível que pareça. Mas é muito, mas muito Led Zeppelin.
A banda de hardcore/metacolre – ou seja lá qual seja o subgênero dele – Bring Me the Horizon foi considerada por muitos a atração mais pesada do festival.
Longe de ser metal, conseguiu fazer bastante baralho e agradou mesmo que não a conhecia. Ajudou a dar uma cara mais rock em meio a tanta coisa pop e eletrônica. E teve o mérito de não copiar descaradamente suas influências.
Lenny Kravitz foi aquela bola de segurança de sempre, um grande nome internacional, com quase 30 anos de carreira e um repertório de respeito misturando rock, soul, funk, blues e muito mais. Provavelmente fez o melhor show desta edição.
E ainda teve a banda inglesa The Struts, que aspira ser a nova The Darkness, mas ainda sem a consistência dessa ou do Def Leppard, por exemplo.
Deslocada em um festival quer não privilegiou a guitarra, a banda mandou bem, surpreendendo quem não a conhecia, mas merecia um pouco mais de atenção. os caras se esforçaram e foram bem, mas em nenhum momento podem ser considerados um destaque do festival.
Interpol e Snow Patrol são duas bandas transitam desde os anos 2000 entre o rock alternativo e o pop baseado em guitarras que ousou estourar mas que parou em algum momento no caminho.
A primeira banda deu a impressão de que seu momento já passou faz tempo, mas são muito competentes no palco. Já a segunda tem mais garra e presença em um palco de festival, além de ter um repertório muito melhor.
Kings of Leon, por sua vez, é um dos grandes nomes do rock da atualidade, ao lado do Rival Sons, certamente responsável por manter em evidência o gênero musical assolado por todos os lados.
No Lolla BR mostrou um som um pouco mais pesado do que o de costume e desfilou músicas importantes e fortes, mostrando muita qualidade. Para mim, foram melhores do que Arctic Monkeys, que foram competentes, mas não empolgaram tanto.
Entre as bandas brasileiras, Autoramas fez o que sempre faz: arregaçou as mangas e mandou ver, independentemente do horário ruim de sua apresentação, às 13h15. Para eles não há tempo ruim e fizeram rock muito bom.
Scalene e Carne Doce aproveitaram muito bem a oportunidade e mostram que o novo rock nacional (nem tão novo assim, na verdade) traz um sopro de vitalidade e alguma coisa de diferente para um subgênero em busca de um resgate das profundezas.
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