Melhores álbuns de 2018 - Internacional (parte 1)
Marcelo Moreira
Agora é a minha vez de escolher os melhores de 2018. Vou começar pelas bandas/artistas internacionais por conta do alto número de coisas legais e de qualidade que surgiram. Do heavy metal ao blues, a produção seguiu um padrão surpreendente, bem superior aos anos de 2016 e 2017.
Roger Daltrey – As Long As I Have You – O vocalista do Who voltou ao álbum solo 26 anos depois da última gravação. "Rocks in the Head", de 1992, era uma coleção de pop rock pouco inspirada, embora de qualidade. Depois, algo novo, só com o Who em 2006 com "Endless Wire". Contando com a ajuda do eterno parceiro Pete Townshend nas guitarras e em alguns arranjos, Daltrey gravou uma coleção de rocks, rockabilly, soul music e pop da melhor qualidade, tudo temperado com um molho setentista bem legal.
Joe Bonamassa – Redemption – O nome da guitarra rock/blues dos anos 2000 não para. Depois do excelente "Blues of Desperation", de 2016, e de mais um CD do Black Country Communion, Bonamassa volta com o sólido "Redemption", que é menos rock e mais rhythm & blues e soul do que o anterior. Guitarra frenética e muita energia dominam um álbum de muito bom gosto e inteligência.
The Brew – The Art of Persuasion – O trio inglês retorna mais lisérgico e psicodélico. A guitarra transita muito bem entre o hard setentista e o rock progressivo, adicionando texturas sonoras muito interessantes. Os solos de guitarra melhoraram muito em relação ao CD anterior, "Shake the Tree".
Dee Snider – For The Love of Metal – Nome forte do hard rock mundial, Snider surpreendeu com o CD sensacional, muito pesado e com escolhas felizes de timbres modernos de guitarra. Parece que ele está cumprindo à risca a promessa de enterrar o Twisted Sister.
Riverside – Wasteland – O agora trio polonês de metal progressivo embarca em novas viagens após a morte do guitarrista e principal compositor Piotr Grudzinki anos atrás. Em seu primeiro trabalho após a tragédia, o grupo não consegue fugir da nelancolia, mas aposta em sonoridades mais pop e menos intrincadas, trilhando um caminho parecido ao do Muse. O novo álbum é soberbo, ainda que as guitarras não sejam mais predominantes.
Judas Priest – Firepower – Último trabalho de Glenn Tipton, o guitarrista septuagenário afastado por conta do Mal de Parkinson, é de longe o melhor trabalho desde "Painkiller", de 1991. A banda parece revigorada com a chegada de Richie Faulkner nas guitarras, substituindo o aposentado K.K. Downing, e resgata a energia das guitarras gêmeas.
Saxon – Thunderbolt – Outro veterano do metal oitentista faz bonito com um material que é superior aos lançamentos próprios dos últimos anos. Assim como o Judas, recuperou parte da energia que manteve até os anos 90 com canções fortes e inspiradas, resgatando uma timbragem de guitarra que parecia sem a força de sempre nos últimos anos.
Paul McCartney – Egypt Station – Se em "New", de cinco anos atrás, McCartney já apontava para novos caminhos e novas experiências, no novo trabalho ele as consolida com um punhado de canções que remetem a um passado idílico a preocupações do presente, com "caras novas" adicionadas a canções pop de boa qualidade.
Vintage Caravan – Gateways – Outra banda que aposta no rock setentista retrô, ora mais pesado, ora mais hard. Mais sólido que o Greta Van Fleet, que ainda precisa mostrar mais serviço, o trio islandês lançou o seu melhor trabalho até agora. As canbçoes estão mais diretas e coesas, mostrando uma nítida evolução. É um dos grandes nomes do rock atual.
Threshold – Legends of the Shires – Veterano grupo britânico de prog metal patinou por muito tempo após a morte do cantor Andrew "Mac" McDermott, mas reencontrou os bons tempos com a volta de Damian Wilson. É um álbum mais progressivo do que metal, com canções mais curtas e abordando temas mais acessíveis. Mais uma boa "surpresa", por assim dizer.
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