Rock in Rio volta a sua rotina, com mais do mesmo de sempre
Marcelo Moreira
É espantoso que ainda tenha quem solte os rojões pelo anúncio de um "dia do metal" no Rock in Rio, evento que se especializou em banir o rock e a música boa de verdade em prol de atrações de apelo comercial e nada a ver com o espírito original do festival.
Sendo assim, para a edição de 2019, temos uma boa e uma má notícia. A boa é a volta do dia do metal. A ruim é que teremos mais do mesmo de sempre.
Se a edição de 2017 valeu, e muito, pela vinda de The Who e Alice Cooper, por exemplo, neste ano teremos de nos contentar com os "artistas residentes" do festival.
O Iron Maiden tocará pela quarta ou quinta vez no Rock in Rio, assim como as figuras repetidas Megadeth – veio ao Brasil dez vezes neste século – e Sepultura, que só não tocou na primeira edição, em 1985. Scorpions? Eles não iam perder a chance de tocar pela 79ª vez no Brasil em sua milésima turnê de despedida.
O retrocesso infelizmente é uma realidade em relação a um festival que parecia mudar de ares em 2017. Esqueçamos, a prioridade é encher a pista com a "bola de segurança", ou seja, artistas consagrados, mesmo que sejam os mesmos de sempre, que são suposta garantia de casa cheia.
É claro que a organização não está errada em fazer essa escolha. A mensagem é clara: priorizar a casa cheia e a rentabilidade, ainda que seja necessário recorrer aos medalhões de sempre e coisas desnecessárias (para usar um temo elegante) como Anitta, que nem música é.
Será que teremos algumas surpresas nos palcos alternativos, algo que realmente ressalte a preocupação com a qualidade artística e diversidade ao mesmo tempo?
Não se trata, evidentemente, de questionar a qualidade das bandas já anunciadas. São gigantes do metal. Mas será que é necessário ter o Sepultura em praticamente todas as edições? E o Iron Maiden, que vem a cada dois anos ao Brasil?
Só falta agora anunciar outro sócio do festival, o Guns N'Roses, assíduo frequentador do show da família Medina – aliás, o patriarca, Roberto, declarou certa vez que gostaria de ter sempre a banda de Axl Rose no elenco.
O conservadorismo na elaboração da lista de artistas predomina. The Who foi um sopro de criatividade que nos enganou em 2017.
Nenhuma tentativa de surpreender, ao que parece, está sendo empreendida. Van Halen? Dream Theater? Davi Gilmour? Infelizmente não teremos essas boas surpresas, ao que tudo indica. Gostaria d estar errado, mas vamos ter de nos contentar com mais do mesmo novamente.
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