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Aretha Franklin e a luta pelos direitos civis

Maurício Gaia

18/08/2018 06h51

"Essa garota roubou minha canção". Era assim que Otis Redding se referia, de maneira bem humorada, a Aretha Franklin, que gravou uma poderosa versão de "Respect", em 1967.

"Respect", composta por Redding em 1963, era um hit menor de sua carreira e sua letra era uma lenga-lenga sobre o homem que chegava em sua casa e exigia "respeito" de usa companheira (ou azarada, sabe-se lá). Na versão de Aretha, a música ganha novos contornos: agora é a mulher que exige respeito e dignidade. Catapultada ao topo das paradas, a música virou um hino feminista e também foi encampado pelo movimento negro americano durante os anos 1960.

Aretha Franklin, nos anos 1960 (Reprodução)

Não foi um acidente de percurso: seu pai, um pastor batista, organizou em 1963, a Marcha Pela Liberdade, de Detroit, até então a maior demonstração pelos direitos civis nos Estados Unidos. Seus contratos também asseguravam que ela nunca se apresentaria para plateias segregadas.

Seu envolvimento com a luta contra a segregação racial fez com que fosse convidada a cantar no funeral de Martin Luther King, assassinado em 1968, assim como se envolveu diretamente com a campanha para libertar Angela Davis, militante negra, presa por uma acusação falsa de terrorismo, nos EUA.

Primeira mulher a ser nomeada para o Rock'n'Roll Hall of Fame, detentora de vinte um Grammys ao longo de sua carreira e uma incontável coleção de sucessos, Aretha Franklin deixa também sua marca na luta pelos direitos civis.

Sobre os Autores

Marcelo Moreira, jornalista, com mais de 25 anos de profissão, acredita que a salvação do Rock está no Metal Melódico e no Rock Progressivo. Maurício Gaia, jornalista e especialista em mídias digitais, crê que o rock morreu na década de 60 e hoje é um cadáver insepulto e fétido. Gosta de baião-de-dois.

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O Combate Rock é um espaço destinado a pancadarias diversas, com muita informação, opinião e prestação de serviços na área musical, sempre privilegiando um bom confronto, como o nome sugere. Comandado por Marcelo Moreira e Mauricio Gaia, os assuntos preferencialmente vão girar em torno do lema “vamos falar das bandas que nós gostamos e detonar as bandas que vocês gostam..” Sejam bem-vindos ao nosso ringue musical.
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