Blues Etílicos e Nuno Mindelis retomam os grandes encontros do blues
Marcelo Moreira
Coisa comum em outros gêneros no Brasil, a reunião de grandes nomes do blues esteve em baixa por algum tempo. Exceto pelo Encontro Internacional de Harmônicas, sempre realizado no Sesc Pompeia, os encontros têm sido raros entre artistas brasileiros do primeiro escalão.
Por isso é que surpreende o anúncio de um grande show dos cariocas do Blues Etílicos com a presença do guitarrista angolano-paulistano Nuno Mindelis, duas instituições que praticamente refundaram o blues no Brasil, nos anos 80, além do excelente guitarrista André Christóvam. A apresentação será no dia 1º de setembro, no teatro Eva Wilma, em São Paulo.
Tanto Nuno como a banda já ultrapassaram os 30 anos de carreira e estimularam uma cena fervilhante em São Paulo e no Rio, primeiramente, que logo se espalhou pelo Brasil.
A junção de forças é mais um movimento de revitalização do blues nacional, que tem renascido com o prestígio internacional de guitarristas fantásticos como Igor Prado, Celso Salim e Artur Menezes, por exemplo, que consolidaram suas carreiras nos Estados Unidos – isso para não falar no próprio Nuno Mindelis, cujo CD mais recente, "Angels & Clowns", foi produzido por ninguém menos do Duke Robillard, guitarrista e mestre do blues.
Blues Etílicos é ainda hoje considerada a marca mais forte do blues nacional e a banda há mais tempo em atividade nesse segmento. Desde meados dos anos 80, a banda vem produzindo uma extensa obra autoral, além de gravar homenagens às suas principais influências, tendo lançado doze CDs e um DVD.
O blues é a principal raiz da música popular norte-americana, tendo influenciado tanto o jazz quanto o surgimento do rock. Buscar a ponte entre a música brasileira e o blues é o diferencial do Blues Etílicos ao longo dos anos.
Nuno Mindelis, o guitarrista nascido em Angola, mostra o seu blues consagrado, desta vez com pitadas da música do país de origem do qual saiu exilado aos 17 anos, primeiro em direção ao Canadá, e depois para o Brasil.
Temas de seus álbuns "Texas Bound" e "Blues On The Outside", recordistas em charts de vendas na Europa nos anos 90 ao lado de expoentes como BB King e Robert Cray, releituras e visitas a outras sonoridades e novidades como cantar, pela primeira vez, no dialeto Kimbundu (língua da região de Luanda).
"Eu devo cantar duas músicas em Kimbundu. Nunca fiz isso ao vivo. Faço desde criança, mas entre amigos. Agora, quero transformar em projeto mais permanente. O blues nasceu na África e eu também", diz Mindelis.
Ele não é o primeiro blueseiro a cantar em dialetos africanos – o pianista Adriano Grineberg fez isso de forma brilhante no extraordinário "Blues for Africa", seu mais recente CD. O mais legal agora é ver como Mindelis vai transpor o blues cativante que toca para a linguagem africana e o idioma inédito em sua carreira.
SERVIÇO
Horário de Funcionamento da billheteria: Quarta a Domingo das 14h30 às 19h30
Abertura dos portões: 20:00h. | Início do show: 21:00h.
Local: Teatro Eva Wilma (Rua Antônio de Lucena, 146 – Tatuapé – São Paulo)
Censura: 16 anos
Mais informações: contato@livecolive.com.br | (11) 98216.5461
Realização: Live Co.
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