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Paul McCartney em SP: o primeiro show de um Beatle a gente não esquece

Combate Rock

17/10/2017 06h58

Thiago Rahal Mauro – especial para o Combate Rock

Paul McCartney em São Paulo (FOTO: DIVULGAÇÃO/MROSSI/T4F)

Paul McCartney se apresentou neste domingo, 15 de outubro, no Allianz Parque, em São Paulo, para 45.500 pessoas ávidas por boa música e clássicos eternos do entretenimento contemporâneo. Com mais de 15 anos de experiência realizando coberturas de grandes eventos, festivais, shows em estádio, de médios e pequenos portes, foi a primeira vez deste repórter que vos fala em um show de um beatle.

A experiência não poderia ter sido melhor. A sensação de estar presenciando o Mozart da era da moderna era bem latente e o sentimento de total volta ao passado acontecia a cada música tocada na noite.

Considero os Beatles atemporal, aquela banda com músicos que moldaram tudo e todos os gêneros dentro da música a partir deles mesmos, mas confesso que não sou aqueles fãs fervorosos da banda e seus integrantes. Sempre respeitei o legado criado por eles e com esse sentimento entrei no Allianz Parque pronto para ser levado ao mundo de Paul McCartney.

A nova turnê One On One contou com produção redesenhada assim como a apresentação das músicas populares e nunca antes tocadas por Paul McCartney.

Faixas de toda a carreira do Paul – do seu trabalho mais antigo com The Quarrymen até sua mais recente colaboração com Kanye West e Rihanna – assim como as grandes músicas de The Beatles, Wings e também sua carreira solo.

Após uma breve introdução, Paul McCartney portando seu baixo mais do que clássico e sua trupe formada por Paul "Wix Wickens" (teclados), Brian Ray (baixo e guitarra), Rusty Anderson (guitarra) e Abe Laboriel Jr. (bateria) entraram no palco sem nenhuma cerimônia para tocar "A Hard Day's Night", dos The Beatles. O público das mais variadas idades e classes sociais cantou mais alto que podia e impressionou Paul.

Uma coisa impressionante em um show do Macca é a pluralidade do público. Muitos idosos, crianças, famílias inteiras (vi pais e filhos se abraçando o tempo todo), ou seja, uma verdadeira celebração à vida e as músicas criadas por Paul em todos estes anos.

Outro fator bem legal deste show foi a perfeita escolha do repertório com uma mistura bem interessante entre clássicos do Beatles com os do Wings. A sequência de "Junior's Farm" (Wings), "Can't Buy Me Love" (The Beatles), "Jet" (Wings) e "Drive My Car" (The Beatles) foi bem interessante.

Quando a banda apresentou "Love Me Do" o show entrou em um de seus "auges". Foi bonito assistir o público cantando a letra inteira e se emocionando com a letra da música. Não importa o seu gosto pessoal, mas é praticamente impossível que você nunca tenha ouvido uma vez na vida esta música.

"Blackbird", com Paul sozinho em cima de uma plataforma gigante, tocando apenas violão e cantando mostrou como só ele pode encantar uma plateia com algo tão simples, mas encantador. A mensagem não podia ter sido melhor entregue.

A partir de "A Day in the Life", foi um desfile automático de clássicos eternizados um atrás do outro. Só para citar o que rolou em São Paulo, Paul tocou "Ob-La-Di, Ob-La-Da" (The Beatles), "Band on the Run" (Wings), "Back in the U.S.S.R." (The Beatles), "Let It Be" (The Beatles), "Live and Let Die" (Wings) e "Hey Jude" (The Beatles).

Em "Live and Let Die" foi impressionante os fogos misturados com os telões, um verdadeiro show. Engraçado que ao final da música, Paul apontava para os ouvidos como se dizendo que estava surdo após toda aquela sinergia de barulho com mágica.

Já com a faixa "Hey Jude", no refrão, o público levantou uma placa (entregue pela produção na entrada do estádios) com os dizeres "Na Na Na". Foi bonito de ver.

Após a pausa para o Bis, Paul McCartney e banda entram no palco carregando as bandeiras do Brasil, Reino Unido e do movimento LGBT. O público foi ao delírio.

Com o jogo ganho, "Yesterday", "Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band" e "Helter Skelter" fizeram os fãs dançarem e cantarem o tempo todo.

Para finalizar, Paul e sua banda apresentaram "Birthday", "Golden Slumbers", "Carry That Weight" e "The End", com direito a fogos de artifício ao final do show em um momento apoteótico e catártico.

Com 75 anos de idade e beirando os 60 anos de carreira, Paul McCartney chega no ponto de sua vida em que tudo realizar em sua vida artística será reverenciado pelo público e crítica. O status de lenda viva está intacto. Quem teve a chance uma vez na vida de assisti-lo ao vivo sabe do que falo. Um show imperdível e inesquecível. Vida longa ao Macca!

Paul McCartney Setlist

A Hard Day's Night (The Beatles)

Junior's Farm (Wings)

Can't Buy Me Love (The Beatles)

Jet (Wings)

Drive My Car (The Beatles)

Let Me Roll It (Wings)

I've Got a Feeling (The Beatles)

My Valentine

Nineteen Hundred and Eighty-Five (Wings)

Maybe I'm Amazed

We Can Work It Out (The Beatles)

In Spite of All the Danger (The Quarrymen)

Love Me Do (The Beatles)

And I Love Her (The Beatles)

Blackbird (The Beatles)

Here Today

Queenie Eye

New

Lady Madonna (The Beatles)

FourFiveSeconds

Eleanor Rigby (The Beatles)

I Wanna Be Your Man (The Beatles)

Being for the Benefit of Mr. Kite! (The Beatles)

Something (The Beatles)

A Day in the Life (The Beatles)

Give Peace a Chance

Ob-La-Di, Ob-La-Da (The Beatles)

Band on the Run (Wings)

Back in the U.S.S.R. (The Beatles)

Let It Be (The Beatles)

Live and Let Die (Wings)

Hey Jude (The Beatles)

 

Bis:

 

Yesterday (The Beatles)

Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band (Reprise) (The Beatles)

Helter Skelter (The Beatles)

Birthday (The Beatles)

Golden Slumbers (The Beatles)

Carry That Weight (The Beatles)

The End (The Beatles)

 

Sobre os Autores

Marcelo Moreira, jornalista, com mais de 25 anos de profissão, acredita que a salvação do Rock está no Metal Melódico e no Rock Progressivo. Maurício Gaia, jornalista e especialista em mídias digitais, crê que o rock morreu na década de 60 e hoje é um cadáver insepulto e fétido. Gosta de baião-de-dois.

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O Combate Rock é um espaço destinado a pancadarias diversas, com muita informação, opinião e prestação de serviços na área musical, sempre privilegiando um bom confronto, como o nome sugere. Comandado por Marcelo Moreira e Mauricio Gaia, os assuntos preferencialmente vão girar em torno do lema “vamos falar das bandas que nós gostamos e detonar as bandas que vocês gostam..” Sejam bem-vindos ao nosso ringue musical.
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