The Cult demora a engatar e faz apresentação sem brilho em São Paulo
Marcelo Moreira
A missão era bastante indigesta: abrir o primeiro show do Who na América Latina, no São Paulo Trip, na quinta-feira, no Allianz Parque.
Embora tivesse um bom cartaz no Brasil, The Cult nunca empolgou realmente as plateias brasileiras – e o Brasil evoca más lembranças à banda, pois foi em 1994, minutos após uma apresentação no Rio de Janeiro, que uma briga rumorosa entre os integrantes selou o fim as atividades do grupo até então.
Assum como o Who, o Cult está reduzido a uma dupla da formação clássica – o vocalista Ian Astbury e o guitarrista Billy Duffy.
A dupla se esforçou bastante em um show competente, mas sem empolgação. Sobraram farpas para o público e a resignação de que todo mundo tinha ido lá para ver a atração principal, e não a banda de hard rock sensação dos idos de 1985-1986 na Ingllaterra.
O começo foi burocrático, meio no piloto automático, mas depois a apresentaação foi melhorando à medida que Duffy esquentava com solos interessantes e uma timbre característico do som do grupo.
O peso da responsabilidade, aparentemente, deixou Astbury um pouco aturdido e irritadiço, a julgar pelos comentários frustrados a respeito do público.
Primeiro ele reclamou da falta de entusiasmo do público, e depois voltou sua ira para o que ele consideroum um excesso de gente filmando com celulares ou então não prestando a atenção ao show, preferindo as redes sociais. "Mande um recado para minha mãe", ironizou o Cult.
Talvez com menos responsabilidade para entreter uma plateia desinteressada e um pouco hostil, Duffy deu de ombros e resolver trabalhar duro e deu certo. Com uma sucessão de hits, o show melhorou consideravelmente e a guitarra tomou conta da apresentação.
"Lil' Devil" trouxe de volta o clima oitentista do Cult, com um belo trabalho de guitarras. "Sanctuary" soou um pouco devagar e mais climática, mas empolgou, assim como "Sweet Sooul sister".
Mas a redenção veio na grande versão de "Fire Woman", onde finalmente Astbury mostrou que é um ótimo músico – deixando de lado a impressão de que estava empurrando o show.
Por fim , o apoteótico final com a excelente "Love Removal Machine", um dos hinos do grupo, onde o som pesado dominou o ambiente e conseguiu colocar as pesosas para dançar e curtir.
Por mais que a banda soe datada – são os mesmo timbres oitentiistas de guitarra e um cllima soturnamente gótico de fundo -, o Cult tem um bom show e uma boa safra de hits para entreter. No entanto, definitivamente, o show paulista da banda em 2017 esteve bem longe de seus melhores dias.
Já o Alter Bridge, que abriu a noite, agradou com seu rock alternativo metido a hard rock. pesou a favor o bom trabalho realizado pelo vocalista Myles Kennedy, que também canta na banda solo de Slash.
Remetendo a um som um pouco mais moderno e guitarras um pouco estridentes, a banda fez bons números com as canções "Come to Life", "Water Rising" e "Open Your Eyes."
Sobre os Autores
Sobre o Blog
Contato: contato@combaterock.com.br
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.