Elvis Presley renasce todos os dias como o símbolo do nosso tempo
Marcelo Moreira
Elvis Presley não morreu – ele está ali, naquela esquina, ou na próxima festa de formatura do final de semana. É impossível fugir da onipresente imagem icônica do Rei do Rock, seja em sua fase decadente, seja no auge da forma, como ator de cinema.
Certa vez John Lennon comentou, em programa de televisão nos Estados Unidos, que Elvis era maior do que tudo na cultura pop, tão grande que assustava.
Tinha toda a razão. A onipresença do Rei do Rock é algo que assusta, que apavora e que intimida. Um fenômeno impossível, quase inacreditável, de idolatria e massificação.
Se o rock and roll mudou a cultura ocidental de forma marcante e irreversível, a ferramenta usada para isso foi o caipira de Tupelo.
O apelo midiático de Elvis catapultou o rock para se tornar o maior fenômeno cultural do século XX, e o Rei do Rock foi o símbolo dessa mudança.
O cantor country que virou a imagem de toda uma geração e de um símbolo da civilização praticamente mudou tudo: o comportamento do jovem, o vestuário, o comércio de bebidas, o marketing, a propaganda, os relacionamentos entre pais e filhos, entre professores e estudantes. Elvis Presley jogou a cultura pop e o entretenimento para o século XX.
A música era empolgante e contagiante, um novo ritmo e uma forma bastante diferente de executar as canções. No entanto, o maior legado do cantor foi chacoalhar a sociedade norte-americana – e a do Ocidente – e mostrar que uma parcela expressiva da população que sempre foi ignorada existia.
Os jovens do pós-guerra não só existiam: também consumiam. O rock e Elvis libertaram toda uma geração que ainda vivia amarrada às convenções sociais que estavam esfarelando, mas de forma lenta.
"Jailhouse Rock", um dos hinos roqueiros eternos, foi um chute na porta, forte o suficiente para derrubar vários preconceitos e para mostrar ao mundo que a juventude tinha voz e anseios próprios, e que chegara a hora de protestar – e a trilha sonora era mais do que apropriada.
Eterno e onipresente mesmo morto aos 42 anos, em 16 de agosto de 1977, Elvis Presley é o símbolo de nosso tempo, protagonista das mudanças culturais e comportamentais mais dramáticas e radicais da humanidade desde sempre. Ele e o rock criaram um novo conceito de "música popular" e, não sem exagero, iniciaram uma nova era para o cotidiano do ser humano.
Presente o tempo todo em nossas vidas, visual ou sonoramente, Elvis nos lembra de que os avanços sociais em relação à juventude explodiram graças ao seu talento e a sua postura iconoclasta (deliberada ou não) de criar e empurrar novas formas de cantar, dançar e até mesmo de fazer sexo.
Elvis Presley renasce todos os dias quando alguém liga o rádio ou aciona o tocador de música de seu celular. Todos os dias somos lembrados do legado do Rei do Rock, e todos os dias ele deixa claro que precisamos agradecer sempre e diariamente.
Elvis morreu? Tente convencer o cantor de baile de formatura e o imitador que se vestem como o Rei…
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