Uma gaitista argentina encanta em festival de blues e em novo CD
Marcelo Moreira
A moça entrou com certa timidez e cautela no palco. Pequenina, olhou para o lado em busca de aprovação e segurança. Todos da banda pareciam relaxados até demais.
O gigante ao seu lado entrou como se nada estivesse acontecendo e fez uma certa mesura. Quando o público em bom número rugiu, a menina abriu um enorme sorriso.
Necessidade de aprovação? Longe disso. Apenas precisava de um indicativo para saber se estava "em casa". A receptividade do público paulistano no Parque Villa Lobos fez a instrumentista e cantora perceber que poderia contar com eles e brindou a todos com uma excelente apresentação no 3º Festival BB Seguridade de Jazz e Blues em São Paulo no começo de julho.
Simpática e um pouco tímida, a gaitista argentina Xime Monzon precisou de apenas uma música para se soltar e dominar o palco ao lado do amigo Flávio Guimarães, gaitista do Blues Etílicos.
Xime está mais do que habituada a tocar no Brasil e, assim como o conterrâneo gaitista Nico Smoljan, já arranha o português de tanto que toca por aqui. "Mas ainda tenho sempre aqueta tensão, aquela sensação gostosa de quando se toca pela primeira vez algum lugar. Tocar no Brasil é instigante e prazeroso."
Apesar de tocar em várias cidades no Festival BB Seguridade com vários artistas e ter de adaptar o seu repertório a uma apresentação ao lado de Guimarães, a moça aproveito para divulgar seu mais recente CD, "My Harp My Soul", distribuído no Brasil e na América do Sul pela Chico Blues Records.
A instrumentista é uma frequentadora habitual das casa de shows brasileiras, principalmente nos Estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo.
Adepta de uma pegada um pouco mais tradicional, na linha seguida pelas brasileiras Tiffany Harp, Indiara Sfair e Sara Messias, Xime mostra algumas novidades em seu novo trabalho.
Sua abordagem para alguns clássicos do blues é interessante porque alia elementos mais modernos e um tratamento mais reverente, e tudo na medida certa.
Ao contrário dos conterrâneos Nico Smoljan e Natacha Seara, Xime Monzon se destaca pelo tradicionalismo, ainda que se permita a floreios e certas divagações, como em "Babe Please Don't Go", de Big Joe Williams, classicaço de todos os tempos, "Blues Carnegie", de Jimmy Reed, e "Raining in My Heart", de James Isaac Moore.
A melhor faixa, entretanto, é "Blues Never Die", de Otis Spann, com uma interpretação magistral da gaitista. "My Harp My Soul" é um achado em relação ao blues atual, mostrando uma faceta diferente da gaita diatônica blueseira que estamos acostumados no Brasil.
Sobre os Autores
Sobre o Blog
Contato: contato@combaterock.com.br
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.