Magnéticos 90 e as bandas do cassete
A situação no começo dos anos 1990 para o rock nacional não era muito diferente da do começo dos 2010: a euforia da década anterior havia passado e as gravadoras e grande mídia davam atenções a outros gêneros, como o axé e o sertanejo.
Apesar disto, quem ainda insistia em formar uma banda de rock dava seus pulos: gravavam demos em fitas cassete e faziam com que elas circulassem pra cima e pra baixo. Isso permitiu que muitas bandas, mesmo sem espaço em TV e rádio, ou ainda, sem sequer ter um disco gravado, conseguissem tocar em vários lugares do Brasil e, pasmem, reunindo, em algumas ocasiões, milhares de pessoas, que conheciam de cor e salteado suas músicas.
Esta é a história contada em "Magnéticos 90 – A Geração do Rock Brasileiro Lançada em Fita Cassete", de Gabriel Thomaz e Daniel Juca. O livro, em formato de HQ, traz uma visão divertida daquele tempo, que tinha muita dureza, muita ralação, mas com bons frutos: deste cenário, surgiram bandas como Raimundos, Planet Hemp, Chico Science e Nação Zumbi, Little Quail & The Mad Birds (banda de Gabriel, à época), entre outras.
Aliás, um dos principais divulgadores daquela cena era o próprio Gabriel, que tratava de colecionar e distribuir fitas das bandas que recebia. Algumas destas (hoje) raridades estão disponíveis para audição no site de divulgação do livro.
Outra visão interessante deste período é mostrada no documentário "Sem Dentes – Banguela Records e a Turma de 94", dirigido por Ricardo Alexandre e Alexandre Petillo. O filme, lançado no In-Edit Brasil de 2015, está sendo exibido no Canal Brasil nos próximos dias, confira abaixo:
12/01 (quinta) às 18h
14/01 (sábado) às 12h30
24/01 (terça) ás 10h
30/01 (segunda) às 7h
Não deixa de ser tentador traçar um paralelo entre aquele período e os dias de hoje, por suas semelhanças e diferenças: ali, muitas bandas encontraram espaço na Revista Bizz, que graças ao trabalho de Carlos Eduardo Miranda, virou um grande foco de divulgação desta cena e da MTV. Ainda havia as rádios rock davam espaço a essas bandas.
Hoje, não temos Bizz, MTV e as poucas rádios especializadas em rock dão preferência a artistas consagrados e estabelecidos. Mas, por outro lado, existe a internet e muitos blogs, embora com audiência fragmentada, fazem a divulgação desta nova cena. E também existem os festivais, espalhados por todo o Brasil. De qualquer forma, existe uma cena que se fortalece e que, mesmo sem espaço no mainstream, rende ótimas bandas, com trabalhos muito acima da média.
De um jeito ou de outro, o rock nacional vive, e bem.
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