Irmãos Cavalera celebram 20 anos do álbum ‘Roots’ em noite histórica em SP
Flavio Leonel – do site Roque Reverso
A cidade de São Paulo teve vários shows memoráveis em 2016 e o último grande evento do ano não poderia ser diferente. Na sexta-feira, dia 16 de dezembro, os fãs do thrash metal e, mais precisamente, do lendário grupo brasileiro Sepultura, vivenciaram os irmãos Max e Igor Cavalera celebrando os 20 anos do álbum "Roots".
A apresentação histórica aconteceu no Tropical Butantã, espaço localizado na zona oeste de SP e que vem recebendo diversos shows importantes.
Numa casa lotada de fãs empolgados, os irmãos Cavalera tocaram o "Roots" quase na íntegra, com exceção da música "Jasco", que no disco é executada no violão por Andreas Kisser, atual líder do Sepultura.
Desta maneira, mataram as saudades de quem se acostumou a ver o Sepultura com sua dupla fundadora e apresentaram para os mais jovens parte do que levou o grupo brasileiro ao topo do heavy metal mundial entre as décadas de 80 e 90.
A data de 16 de dezembro representava algo mais para o fã do Sepultura. Foi neste dia que, em 1996, em Londres, a banda fez seu último show com Max Cavalera nos vocais. Depois disso, o grupo seguiu seu rumo sem ele e, tempos depois, também viu a saída de Igor.
A despeito de ser uma retomada da dupla de algo relacionado ao Sepultura, a base da banda que veio ao Brasil é o Cavalera Conspiracy, que tem os dois irmãos, o bom guitarrista Marc Rizzo e o baixista Tony Campos.
Os músicos abriram a apresentação com a clássica "Roots" e o Tropical Butantã virou um mar de thrash metal. Rodas de mosh e vários fãs pulando ou batendo cabeça formaram o cenário perfeito para quem gosta de um bom show da vertente mais pesada do rock.
Max Cavalera pode não ter repetido o sucesso do Sepultura no Soulfly e no Cavalera Conspiracy, mas é e sempre será um dos maiores frontmen do metal. Com seu carisma habitual, ele regeu o público do começo ao fim.
Igor Cavalera também sempre estará na lista de maiores bateristas de todo o heavy metal. Com sua técnica apurada, ele deu um show à parte e fez valer muito o ingresso daquela noite.
Uma a uma, as faixas do disco foram sendo executadas com o peso devido trazido pelos irmãos Cavalera e com o suporte de qualidade de Rizzo e Campos. Em "Attitude", por exemplo, Max trouxe a clássica introdução com o berimbau. Na ótima "Spit", mais rodas foram abertas e o som grave e apocalíptico desta música mostrou o quanto ela fica melhor em duas guitarras.
Até mesmo "Lookaway", que é mais complexa e no álbum possui vocais diversos, ganhou seu momento. Em "Itsári", que traz o canto dos índios xavantes, Igor deu um show à parte, assim como em "Ambush", já com os demais companheiros de palco. "Endangered Species" e "Dictatorshit" finalizaram a primeira parte do show, quando o público já apresentava satisfação com o que estava presenciando.
A segunda parte da apresentação foi marcada pela improvisação e por homenagens a bandas que influenciaram o Sepultura e a fases diversas do grupo brasileiro. Max chamou o momento de "Garagem dos Cavalera", já que somente ele e Igor ficaram no palco em diversas vezes, tirando os sons de maneira descompromissada, como se estivessem ensaiando mesmo num estúdio.
Igor, por sinal, voltou ao palco nesta parte do show com a camisa do Palmeiras, que se sagrou eneacampeão brasileiro de futebol em 2016. Como nos bons tempos do Sepultura, foi possível ver várias camisas e bandeiras do clube paulistano, que é o time dos dois irmãos, no meio do público.
Pouco antes dos acordes improvisados de "War Pigs", do Black Sabbath, Max trouxe os de "Black Magic", do Slayer. Depois, já com Rizzo e Campos no palco, "Procreation (of the Wicked)", do Celtic Frost, fez a alegria dos fãs do death metal.
Novamente apenas com a dupla trazendo um medley, foi a vez do público presenciar trechos de hits históricos gravados pelo Sepultura, como "Desperate Cry", "Beneath The Remains", "Polícia" e "Orgasmatron".
Houve também tempo para a execução de "Ace of Spades", do Motörhead. Max chamou o vocalista e guitarrista João Kombi, da ótima banda brasileira Test, para cantar junto. Com o apoio de vocais guturais no refrão, João Kombi fez referência a Max, reconhecendo a influência do ídolo.
No fim do show, já sem o vocalista do Test, os músicos trouxeram uma versão rápida de "Roots Bloody Roots". Max fez questão de organizar o público num "Wall of Death", fazendo com que o Tropical Butantã virasse uma roda única de mosh.
O saldo final do show foi extremamente positivo. Para quem viu o Sepultura nos bons tempos dos Anos 80 e 90, foi bastante gratificante ver os irmãos executando o clássico álbum que completou 20 anos.
Obviamente, que shows históricos, com o do Olympia, em 1996, jamais serão igualados nem pelo próprio Sepultura atual, mas a noite no Tropical Butantã serviu para muitos fãs mais jovens terem uma noção do que é ter os irmãos fundadores da banda brasileira no palco.
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