Beatles ao vivo, de forma decente: aprecie 'Live at the Hollywood Bowl'
Marcelo Moreira*
Foram necessários 52 anos para que o público pudesse ter acesso a áudios decentes e bem tratados de apresentações do Beatles. Chegou às lojas nos Estados Unidos, nesta sexta-feira (9), o álbum "The Beatles: Live at the Hollywood Bowl", que contém material ao vivo de três apresentações com ingressos esgotados em Los Angeles, entre os anos de 1964 e 1965.
É um trabalho interessante e necessário, já que a primeira versão, lançada em vinil (LP), no final dos anos, trazia versões bem aquém da qualidade exigida para o som ao vivo da maior banda de rock de todos os tempos.
Com mixagem sem o devido cuidado, os Beatles pareciam uma banda desleixada, quase amadora, sufocada por giros incessantes das fãs e, em alguns momentos, perdidos diante da maçaroca sonora que os cercavam nos estádios e e nas gigantes casas de show dos Estados Unidos.
Quem assistiu ao quarteto ao vivo em apresentações na Inglaterra e na Europa entre 1963 e 1964 garante que a banda era feroz e muito boa ao vivo – quando as coisas funcionavam melhor e eles podiam entender o que cantavam e ouvir os parceiros no palco.
O novo álbum chega ao mercado em paralelo com a estreia nos cinemas, no próximo dia 15, do esperado documentário "The Beatles: Eight Days a Week – The Touring Years", dirigido pelo cineasta Ron Howard, ganhador do Oscar de melhor diretor com "Uma Mente Brilhante", que retrata o início da carreira da banda através de suas turnês.
Apesar de o disco "The Beatles: Live at the Hollywood Bowl" ser uma reedição do álbum de 1977, o lançamento de hoje é "completamente novo", segundo a Universal Music, já que se trata de uma versão expandida, extraída das três fitas originais das apresentações, remixada e remasterizada pelo produtor ganhador de um Grammy, Giles Martin, e pelo engenheiro Sam Okell.
A reedição do álbum inclui quatro faixas adicionais dos shows que não haviam sido lançadas antes: "You Can't Do That", "I Want to Hold Your Hand", "Everybody's Trying to be my Baby" e "Baby's in Black".
A gravadora não está errada: é mesmo um produto novo, que consegue mostrar de fato o que era uma apresentação dos Beatles no auge da beatlemania norte-americana.
Com áudio muito melhor e com uma mixagem decente, é possível perceber que ao vivo os quatro mandavam bem, mesmo em situações adversas, quando não conseguiam se escutar e tinham dificuldades com o retorno. É possível notar o entusiasmo de Paul McCartney, a ironia e o sarcasmo de John Lennon e o esforço de George Harrison em encaixar solos e riffs em meio à barulheira.
Os Beatles lançaram em 1963 seu primeiro álbum de estúdio, "Please Please Me", que foi seguido por "With the Beatles" (1963), "A Hard Day's Night" (1964), "Beatles for Sale" (1964), "Help!" (1965) e "Rubber Soul" (1965), até as datas de gravação das três apresentações no The Hollywood Bowl.
"Live at the Hollywood Bowl" é um registro importante e bacana ao vivo dos Beatles no auge da beatlemania, e agora de forma mais adequada para ser apreciado. Já estava na hora.
* Com agências internacionais
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