Freddie Mercury, 70 anos: o menino africano que virou superastro do rock
Marcelo Moreira
Um menino africano destinado a imperar sobre o mundo. Foi assim que o aspirante a astro Farrokh Bulsara (ou Faroukh, dependendo da grafia e da origem de quem escreve) se definiu quando ainda andava de ônibus por Londres e procurava sobreviver enquanto desesperadamente buscava os holofotes.
O moço já estava preocupado – sabia que seria um astro, mas a demorar em estourar era preocupante, e ele já se achava velho para o rock, aos 26 anos, em 1972.
Naquele ano, o tanzaniano naturalizado inglês já tinha se transformado em Freddie Mercury e sua banda, o Queen, ralava bastante, mas demorava a acontecer. No entanto, era só uma questão de tempo.
Se o cantor espalhafatoso e de que demonstrava completo domínio de palco começava a fraquejar em privado, para os amigos e o incipiente grupo de fãs da banda ele era a total encarnação da segurança e da autoconfiança. A concorrência era unânime: Freddie certamente seria um astro, e dos maiores.
Se estivesse vivo, Mercury completaria 70 anos nesta segunda-feira. O menino que nasceu em Zanzibar, na costa leste da África, e que teve de encarar um colégio interno na Índia era tímido e inseguro (até certo ponto), mas sua imensa ambição e força de vontade suplantaram as dificuldades.
Tanto fez para virar astro que acabou sendo homenageado neste ano: um asteroide terá o nome do cantor. Em vídeo publicado neste domingo (4), o guitarrista do Queen, Brian May, anunciou que o asteroide 17473 vai passar a chamar-se 17473 Freddie Mercury. O astro (o asteroide) foi descoberto em 1991, ano da morte do cantor, e se situa entre as órbitas de Júpiter e Marte.
Para muita gente, Freddie Mercury ficou marcado pela extravagância e pelo exagero nos palcos e nos estúdios, o que é uma injustiça tremenda para uma das maiores vozes da música e um dos principais performers do rock.
Com voz potente e versátil, Mercury comandou o Queen por 20 anos e por anos se tornou um dos rostos do rock, ainda que detratores insistissem em ridicularizá-lo justamente pelas extravagâncias.
O Queen começou como promissor candidato ao trono do Led Zeppelin no hard rock britânico, e tinha May como a usina de força para empurrar a banda, mas foi a sofisticada e ambígua persona de Mercury que moldou a imagem do Queen.
Nas palavras do crítico musical Lauro Lisboa Garcia, a banda surpreendeu na primeira fase com sofisticação e experimentalismo, misturando rock pesado com progressivo, toques de glam, apelo gay e extravagância kitsch. Ou seja, era a cara do vocalista.
Morto em novembro de 1991 em decorrência da Aids, Mercury frequenta qualquer lista top 5 dos melhores cantores/artistas do rock.
Muitos artistas são medidos pelos parâmetros que conseguem estabelecer em termos de qualidade e importância. O vocalista do Queen foge desse padrão pela simples impossibilidade de qualquer comparação – não há padrão possível para que alguém sequer consiga chegar perto.
Vinte e cinco anos depois de sua morte, Freddie Mercury fica cada vez mais maior e mais importante diante – fato evidente a cada apresentação atual da versão do Queen com Adam Lambert nos vocais.
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