Topo

Rock recupera no Lollapalooza 2016 parte do espaço perdido em 2015

Combate Rock

15/03/2016 12h00

Flavio Leonel – do site Roque Reverso

lollapalooza-2015

O rock n' roll pode ainda estar longe do seu merecido espaço no Lollapalooza, mas, na edição de 2016, já conseguiu recuperar parte do espaço perdido no festival de 2015, quando atrações pop e eletrônicas deixaram o estilo musical para escanteio e com poucos representantes de peso ou destaque.

Em 2016, boas apresentações de grupos ou artistas do rock que estão em evidência no mundo inteiro ou as simples manifestações que são características do bom e velho  segmento musical ajudaram demais a não deixar o Autódromo de Interlagos virar uma rave gigantesca, como chegou a ser visto no ano anterior em vários momentos.

Do lado dos shows de destaque de gente grande e importante, os melhores e mais marcantes foram, não necessariamente nessa ordem, os do Tame Impala, do Bad Religion, Noel Gallagher's High Flying Birds, Florence and The Machine e do Alabama Shakes.

O veterano Bad Religion foi o primeiro grande show de rock do festival, no sábado, dia 12 de março, com os músicos trazendo uma penca de hits do punk rock. Na sequência, o Tama Impala, com um show repleto de imagens e músicas psicodélicas, fez o público viajar e se apresentou para um contingente de pessoas bem maior do que aquele número tradicional vinculado à banda no cenário alternativo.

No dia seguinte, o domingo, 13 de março, mais rock que o anterior, três atrações de peso deram contentaram públicos diferentes, mas foram importantes para demarcar o território do estilo. Primeiro, o premiadíssimo Alabama Shakes voltou ao Lollapalooza como protagonista, diferente do papel de coadjuvante de 2013, quando foi considerada a grande revelação do evento.

Na sequência, Noel Gallagher fez uma apresentação interessante com sua banda e provou para alguns que não precisa do Oasis para mandar seu recado. Por fim, o badalado Florence and The Machine fechou com chave de ouro o festival, encantando o público com a doçura de sua bela e competente vocalista.

Os gringos Mumford and Sons, Of Monsters and Men e Eagles of Death Metal e os brasileiros Matanza e Planet Hemp também merecem elogios, mas não chegaram perto das apresentações das bandas maiores citadas. O Mumford and Sons carregou uma impressionante legião de fãs no sábado, mas, na opinião do Roque Reverso, fez um show que ficou um pouco cansativo, apesar da inquestionável qualidade dos músicos e da comovente devoção dos fãs.

O fato é que, comparando com 2015, o Lollapalooza de 2016 foi, de fato, mais generoso com o rock. No ano passado, de nomes grandes do rock, havia Robert Plant, Jack White e Smashing Pumpkins, com Kasabian, Foster The People e Interpol como coadjuvantes do estilo. Para complicar a situação, nomes pops, como o de Pharrell Williams, e um número relevante de atrações eletrônicas deixaram o rock de escanteio, assustando até quem estava acostumado com um festival que sempre foi pautado pelo estilo.

Em 2016, houve, é verdade, a participação do rapper Eminem, que, por sinal, arrastou o maior número de fãs no sábado, mas a quantidade de atrações do rock compensou e fama enorme do competente branquelo do rap.

No restante do festival, muito mais acertos do que erros. A organização funcionou sem maiores problemas, com destaque para a facilidade, via trem, para chegar ao festival.

Se fôssemos eleger um problema que precisa ser melhorado, o indicado seria o vazamento de som que chegava especialmente ao Palco Skol, já que ao lado dele, havia o Palco Trident at Perry's, com a música eletrônica. Talvez, uma mudança de horários impediria que, no meio de alguns shows, como o de Noel Gallagher, fosse possível escutar aquela batidas características da música dançante.

Vale destacar a boa experiência da alimentação no Lolla. Os Food Trucks e o espaço reservado para chefs de cozinha bombaram e chegaram a ser bastante disputados em momentos críticos de fome dos fãs. Talvez, uma outra área grande alimentação ao lado do Palco Skol possibilitaria o fim de filas.

Sobre os Autores

Marcelo Moreira, jornalista, com mais de 25 anos de profissão, acredita que a salvação do Rock está no Metal Melódico e no Rock Progressivo. Maurício Gaia, jornalista e especialista em mídias digitais, crê que o rock morreu na década de 60 e hoje é um cadáver insepulto e fétido. Gosta de baião-de-dois.

Sobre o Blog

O Combate Rock é um espaço destinado a pancadarias diversas, com muita informação, opinião e prestação de serviços na área musical, sempre privilegiando um bom confronto, como o nome sugere. Comandado por Marcelo Moreira e Mauricio Gaia, os assuntos preferencialmente vão girar em torno do lema “vamos falar das bandas que nós gostamos e detonar as bandas que vocês gostam..” Sejam bem-vindos ao nosso ringue musical.
Contato: contato@combaterock.com.br

Blog Combate Rock