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Triumph estuda reeditar magnífica caixa com 10 CDs

Combate Rock

14/03/2016 07h00

Marcelo Moreira

triumph

Um trio de rock canadense de muito sucesso nos anos 70 e 80, mas que sempre teve um certo "complexo de inferiordade" em relação aos rivais da mesma cidade. Este é o Triumph, grupo de hard rock que, apesar de ser excelente, sempre esteve à sobra do Rush.

Enquanto o Rush completa neste ano 46 anos de atividade e continua venerado em várias partes do mundo, o Triumph pena para voltar mais de 25 anos depois da separação do trio original.

O retorno foi tentado em 2008, com uma pequena turnê pelos Estados Unidos e uma apresentação que deveria ser o ponto do Sweden Rock Festival, hoje um dos principais da Europa. Este show, no entanto, foi bem morno, o que acabou por influenciar na decisão de tocar pouco no ano seguinte.

Enquanto as "partes" parecem não ter pressa para chegar a um acordo, o grupo planeja reeditar uma caixa fantástica que reúne os primeiros dez álbuns de sua carreira iniciada em 1976.

O trio formado pelo guitarrista Rik Emmett, Gil Moore (vocal e bateria) e Mike Levine (baixo e teclados) editou alguns clásicos do hard rock, como os ótimos álbuns "Allied Forces" e "Never Surrender", que estão em "Diamond Classics", box lançado originalmente em 2010.

Os trabalhos contidos na caixa "Diamond Classic" são as réplicas dos originais lançados em vinil. Começa com "In the Beginning", lançado em 1976, e vai até o subestimado "Surveillance", de 1987.

Porém, ainda não está decidido se o produto estará a cargo da Frontiers Records, gravadora italiana que já deu suporte ao trio canadense, ou se haverá licenciamento para outra empresa

Quatro anos atrás o Triumph reeditou dois grandes vídeos que registram os pontos altos ao vivo de sua carreira. "Live at US Rock Festival 1983" retrata uma apresentação na época é era tida como o auge criativo e de performance do trio, que foi a atração principal de um dos dias dedicados ao heavy metal. Foi lançado originalmente em 2003, em duas versões: somente em DVD e em um pacote com CD e DVD.

"A Night of Triumph", de 2004, traz o grupo mais maduro e mais "adaptado" ao mercado da época, que investia pesadamente no hard rock festivo (farofa, como se dizia no Brasil).

A apresentação ocorreu em 16 de janeiro de 1987 na cidade canadense de Halifax e mostra os três, acompanhados pelo guitarrista de apoio Rick Sanders, em um show impecável do ponto de vista musical, mas soterrados por toneladas de efeitos sonoros, visuais e de iluminação, em fragrante contraste com o show do US Festival. De qualquer forma, ambos são imperdíveis.

Merece ser destacado em relação ao trio é que Gil Moore é de longe o melhor baterista-vocalista do rock. Afinado e com voz potente, conseguia aliar uma performance muito boa na bateria e e destacada nos vocais, que dividia com Emmett.

FOTO: DIVULGAÇÃO

FOTO: DIVULGAÇÃO

Surgido em 1975 na onda do hard rock emergente daquela década, pegou carona no sucesso do Rush, que já preparava a sua transição de banda com som calcado no Led Zeppelin e no Queen para o rock progressivo – fato que catapultou o grupo ao estrelato.

O Triumph, por sua vez, tentou trilhou o mesmo caminho do Rush, mas com certo atraso – o que náo impediu o sucesso quase instantâneo de seus dois primeiros álbuns "Triumph" (1976) e "Rock and Roll Machine" (1977).

Mesmo assim, Emmett, Moore e Levine nunca perderam o Rush de vista. Até se consideravam um grupo de "rock progressivo pesado", uma mistura de Who com Emerson, Lake and Palmer.

O sucesso que faziam era avassalador na Amércia do Norte, principalmente com seus dois melhores trabalhos, "Progressions of Power" (1980) e "Allied Forces".

Só que, nesta mesma época, o Rush vinha de uma sequência absurda de trabalhos excelentes – "A Farewell to Kings (1977), "Hemispheres" (1978), "Permanent Waves" (1980) – até desembocar na obra-prima "Moving Pictures" (1981).

Os integrantes do Triumph admitiram que teriam mesmo de fazer o hard rock de arena, festivo, para alcançar e manter o estrelato. Foram muito bem-sucedidos, mas viam de longe o Rush se estabelecer como uma das grandes bandes do rock de todos os tempos.

Seja como for, o trio do Triumph entraram de cabeça na mania do hard rock californiano e seus excessos, ao menos nas apresentações, enquanto os álbuns dos anos 80 foram ficando cada vez mais sofisticados e intrincados, fugindo de suas características. Ganharam fãs mais novos, mas perderam os tradicionais.

As indefinições criativas acabaram causando tensão entre os amigos, até que finalmente Rik Emmett decidiu sair em outubro de 1988.

Moore e Levine seguiram adiante, mas deixaram o grupo de molho até 1993, quando ressurgiram com um novo guitarrista, Phil X (Phillipe Xenidis) e lançaram o excelente "Edge of Excess", que infelizmente passou despercebido, o que decretou o fim do trio.

Enquanto Rik Emmett construiu uma ótima carreira solo, passeando por blues, jazz e ritmos celtas, Gil Moore virou empresário e construiu  Metalworks Studios, o maior e melhor complexo musical e de gravações do Canadá, virando referência mundial. Mike Levine tornou-se um renomado produtor e um empresário ligado ao hóquei no gelo.

DIAMOND CLASSICS – CAIXA COM 10 CDS

1976 – In The Beginning
1. 24 Hours A Day (4:26)
2. Be My Lover (3:20)
3. Don't Take My Life (5:04)
4. Street Fighter (3:28)
5. Street Fighter Reprise (3:02)
6. What's Another Day of Rock'n'Roll (4:49)
7. Easy Life (3:58)
8. Let Me Get Next To You (3:02)
9. Blinding Light Show/Moonchild (8:44)

1977 – Rock & Roll Machine
1. Takes Time (3:48)
2. Bringing It On Home (4:36)
3. Little Texas Shaker (3:25)
4. New York City Streets – Part 1 (3:10)
5. New York City Streets – Part 2 (4:41)
6. The City (9:33)
7. Rocky Mountain Way (4:04)
8. Rock & Roll Machine (7:00)

1979 – Just A Game
1. Movin'On (4:07)
2. Lay It On The Line (4:04)
3. Young Enough To Cry (6:04)
4. American Girls (5:00)
5. Just A Game (6:15)
6. Fantasy Serenade (1:40)
7. Hold On (6:07)
8. Suitcase Blues (3:04)

1980 – Progressions Of Power
1. I Live For The Weekend (5:19)
2. I Can Survive (3:58)
3. In The Night (6:16)
4. Natures Child (5:41)
5. Woman In Love (4:39)
6. Take My Heart (3:29)
7. Tear The Roof Off (4:17)
8. Fingertalkin' (2:00)
9. Hard Road (5:25)

1981 – Allied Forces
1. Fool For Your Love (4:30)
2. Magic Power (4:55)
3. Air Raid (1:21)
4. Allied Forces (5:04)
5. THot Time(In This City Tonight) (3:24)
6. Fight The Good Fight (6:30)
7. Ordinary Man (7:14)
8. Petite Etude (1:19)
9. Say Goodbye (4:36)

1983 – Never Surrender
1. Too Much Thinking (5:38)
2. A World Of Fantasy (5:02)
3. A Minor Prelude (0:41)
4. All The Way (3:42)
5. Battle Cry (4:56)
6. Overture (1:56)
7. Never Surrender (6:41)
8. When The Lights Go Down (5:06)
9. Writing On The Wall (3:38)
10. Epilogue (2:45)

1984 – Thunder Seven
1. Spellbound (5:13)
2. Rock Out,Roll On (5:17)
3. Cool Down (4:51)
4. Follow Your Heart (3:34)
5. Time Goes By (6:02)
6. Midsummer's daydream (1:41)
7. Time Canon (1:32)
8. Killing Time (4:19)
9. Stranger In A Srtrange Land (5:13)
10. Little Boy Blues (3:39)

1985 – Stages
1. When The Lights Go Down (6:00)
2. Never Surrender (6:43)
3. Hold On (4:23)
4. Magic Power (6:08)
5. Rock and Roll Machine (10:24)
6. Lay It On The Line (5:05)
7. A World Of Fantasy (8:36)
8. Midsummer's Daydream (2:44)
9. Spellbound (3:56)
10. Follow Your Heart (3:38)
11. Fight The Good Fight (7:36)
12. Mind Games (4:48)
13. Empty Inside (4:03)

1986 – The Sport Of Kings
1. Tears In The Rain (3:55)
2. Somebody's Out There (4:03)
3. What Rules My Heart (3:52)
4. If Only (4:01)
5. Hooked On You (3:22)
6. Take A Stand (4:33)
7. Just One Night (3:38)
8. Embrujo(instrumental) (1:30)
9. Play With The Fire (5:17)
10. Don't Love Anybody But Me (3:54)
11. In The Middle Of The Night (4:36)

1987 – Surveillance
1. Prologue:Into The Forever (1:00)
2. Never Say Never (3:37)
3. Headed For Nowhere (6:07)
4. All The King's Horses (1:48)
5. Carry On The Flame (5:17)
6. Let The Light(Shine On Me) (5:34)
7. Long Time Gone (5:14)
8. Rock You Down (3:58)
9. Prelude: The Waking Dream (1:14)
10. On And On (3:46)
11. All Over Again (3:58)
12. Running In The Night (3:51)

Sobre os Autores

Marcelo Moreira, jornalista, com mais de 25 anos de profissão, acredita que a salvação do Rock está no Metal Melódico e no Rock Progressivo. Maurício Gaia, jornalista e especialista em mídias digitais, crê que o rock morreu na década de 60 e hoje é um cadáver insepulto e fétido. Gosta de baião-de-dois.

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O Combate Rock é um espaço destinado a pancadarias diversas, com muita informação, opinião e prestação de serviços na área musical, sempre privilegiando um bom confronto, como o nome sugere. Comandado por Marcelo Moreira e Mauricio Gaia, os assuntos preferencialmente vão girar em torno do lema “vamos falar das bandas que nós gostamos e detonar as bandas que vocês gostam..” Sejam bem-vindos ao nosso ringue musical.
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