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Ivan Busic afirma: 'Dr. Sin não parou porque não consegue viver de música'

Combate Rock

15/08/2015 15h00

Marcelo Moreira

Dr. Sin (FOTO: DIVULGAÇÃO)

Dr. Sin (FOTO: DIVULGAÇÃO)

O fim das atividades do Dr. Sin continua repercutindo bastante nas redes sociais e no meio roqueiro brasileiro. O trio paulistano integrava o top 5 dos rock nacional de todos os tempos – ao lado de Sepultura, Korzus, Krisiun e Angra. Mesmo com o lançamento de seu melhor CD, "Intactus", e com uma bem-sucedida turnê em 2015, o grupo anunciou neste mês de agosto o encerramento das atividades.

O guitarrista Edu Ardanuy foi o primeiro a se manifestar no Facebook sobre a questão, e o fez de modo  melancólico, demonstrando insatisfação com o atual momento do mercado musical brasileiro – bastante complicado -, dando a entender que as dificuldades, de alguma forma, contribuíram para que o trio decidisse encerrar as atividades.

Dias depois, o baterista Ivan Busic se manifestou também pelo Facebook, confirmando o fim da banda, com o cumprimento das datas de shows agendadas.

No texto em questão, fez questão de mostrar o quanto a banda foi grande em 23 anos de carreira e o quão importante ela se tornou na vida de seus integrantes. No entanto, não se aprofundou na questão das evidentes dificuldades que o mercado artístico-musical enfrenta há algum tempo, mais especificamente desde 2013.

Em texto publicado na última sexta-feira (14 de agosto), o Combate Rock analisava o quadro problemático do setor musical/roqueiro nacional e usava o fim do Dr. Sin como um exemplo de modelo de negócio está se esgotando/está esgotado, tendo como base, entre outras fontes, as explanações de Busic e Ardanuy.

Ivan Busic entrou em contato com o Combate Rock e contestou algumas interpretações e conclusões contidas no texto. Enfatiza que em nenhum momento disse ou teria dado a entender que o mercado brasileiro não dava condições para se viver de música.

Admite que o mercado nacional é hostil ao rock, algo que sempre ocorreu, em sua opinião. mas que o Dr. Sin "nos proporcionou muita coisa, abriu muitas portas e nos possibilitou enveredar por muitos caminhos".

Abaixo, segue um depoimento do baterista do Dr. Sin a respeito do fim da banda:

"Agradeço muito aos fãs e a todos que escrevem coisas de coração, mas queria deixar bem claro que apesar de tudo, a banda não parou porque não conseguimos viver de musica, até porque vivemos dela desde os 15 anos, muito antes do Dr. Sin, e seria mentira e estupidez dizer que o gruo não foi e é uma fonte de renda muito satisfatória. Não iríamos cuspir no prato que se come.

O Rock no Brasil pode não ser fonte de milhões, porque como todos sabem, esses milhoes estão em outros segmentos. Que obviamente os valores pagos são muito mal distribuidos no mundo musical é um fato e principalmente morando no Brasil, mas desde que eu e o Andria [Busic, baixista, vocalista e irmão mais velho de Ivan] fundamos a banda e convidamos o Edu, sabíamos que não éramos uma banda comercial.

O Dr. Sin virou uma grande banda e uma grande marca e eu , Andria e Edu tivemos anos de sucessos e realizações. Acima de tudo, eu falo por mim e pelo Andria Busic, sempre fizemos tudo com o máximo do coração e nos adaptando a qualquer situação que nos desse a chance de tocar o som que sempre sonhamos, tanto no Dr. Sin quanto em bandas anteriores.

O Dr. Sin nos proporcionou sim, além de uma vida nobre e digna, muitos outros trabalhos, muitos mesmo. Que muitos achem que somos uma banda que sempre foi injustiçada é até um modo de percebermos o amor e respeito que vocês têm para conosco e reconhecem nossa arte. Obrigado demais, sempre ,no ontem e no que vier amanhã.

Infelizmente as pessoas ruins e mal intencionadas se aproveitarão desse momento para falar asneiras e mostrar toda inveja e recalque. Inevitável quando se lida com milhares de pessoas. Mas o bom é saber que nossos fãs de verdade tem uma visão diferente das pessoas ignorantes e malignas.

Long Live Rock n Roll."

Sobre os Autores

Marcelo Moreira, jornalista, com mais de 25 anos de profissão, acredita que a salvação do Rock está no Metal Melódico e no Rock Progressivo. Maurício Gaia, jornalista e especialista em mídias digitais, crê que o rock morreu na década de 60 e hoje é um cadáver insepulto e fétido. Gosta de baião-de-dois.

Sobre o Blog

O Combate Rock é um espaço destinado a pancadarias diversas, com muita informação, opinião e prestação de serviços na área musical, sempre privilegiando um bom confronto, como o nome sugere. Comandado por Marcelo Moreira e Mauricio Gaia, os assuntos preferencialmente vão girar em torno do lema “vamos falar das bandas que nós gostamos e detonar as bandas que vocês gostam..” Sejam bem-vindos ao nosso ringue musical.
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