Blues Brasil: guitarristas brilham nos Estados Unidos
Marcelo Moreira
A guitarra blues vive um de seus grandes momentos no Brasil desde os anos 90. Dois instrumentistas brasileiros são destaques nos Estados Unidos, liderando paradas de vendas de CDs e concorrendo a prêmios importantes. No Brasil, outros dois comemoram mais de duas décadas de carreira com show e com agendas cheias de eventos.
Pelo segundo mês consecutivo, a Igor Prado Band lidera as paradas blueseiras norte-americanas medidas pela revista Livin' Chart, com o álbum "Way Down South", recém-lançado. O álbum é o mais vendido, assim como a banda lidera em número de execuções em algumas emissoras de rádio.
Natural de São Caetano do Sul, na Grande São Paulo, Igor Prado é uim nomes mais influentes do blues atual no Brasil. Foi responsável pela vinda de vários artistas norte-americano de renome do gênero ao Brasil, como Tia Carroll e Mud Morganfield (filho de Muddy Waters) e é um instrumentista assíduo nos trabalhos de gente como Rod Piazza e Lynwood Slim, dois dos maiores gaitistas da atualidade.
O guitarrista comemorou no início do ano o vínculo com importantes gravadoras norte-americanas e não imaginava que o desempenho do mais novo trabalho teria uma receptividade tão grande.
"É a primeira vez que um estrangeiro lidera as paradas nos Estados Unidos, e isso tem um valor muito importante. Nunca tivemos a intenção de concorrer ou 'vencer' os americanos. A gente não está competindo com eles. Estamos somando, e esse é o segredo da coisa. Os americanos entenderam o respeito que temos com a música deles e passaram a nos ver com outros olhos e também a nos respeitar ",diz Igor Prado, atualmente em mais uma turnê pelos Estados Unidos.
O brasiliense Celso Salim voltou aos Estados Unidos neste ano – já havia vivido por lá na primeira metade da década passada – e logo emplacou o nome na disputa de dois prêmio importantes.
O guitarrista concorre no Independent Music Awards nos EUA aos prêmios de melhor álbum de bues, com o excelente "To the Endof Time" e melhor cantor de jazz. E, assim como o Igor Prado, tem grandes chances de atingir o "topo", ganhando nas duas categorias.
"To the End of Time", além do blues, carrega influências interessantes do country e do jazz em oito faixas autorais e três releituras para clássicos de Sleepy John Estes, Barbecue Bob e Elmore James. O que temos é um trabalho raro e sofisticado de blues essencial e orgânico, com a busca obsessiva de timbres e notas para cada fraseado.
A faixa-título é um primor de execução inteligente e econômica, com arranjos concisos e eficientes, atribuindo uma certa descontração e mesmo despojamento na execução da canção. O mesmo se observa em "Red Light Blues" e "Leave It To The Moon", onde Salim força um pouco na mão direita, obtendo mais vigor e intensidade.
"Blind Man With a Gun", talvez a melhor do álbum, mas sem dúvida a mais potente, densa e dramática, revela um lado um pouco mais sombrio do sempre sóbrio guitarrista, influência direta da pegada blues rock que costuma empregar quando acompanha amigos como o gaitista e cantor Sergio Duarte.
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