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As novas meninas que se destacam no rock nacional em 2015

Combate Rock

08/03/2015 13h00

Marcelo Moreira

Uma banda de rock bem pesado, com uma garota bonita, e irada, colocando a casa de shows abaixo, em pleno meio-oeste dos Estados Unidos. A cena seria bastante comum naquele país, a não ser pelo fato de o grupo ser brasileiro e a menina de cabelos vermelhos, uma santista que há dez anos canta pelo país.

Uma outra garota, tão bonita quanto, de sobrenome quase impronunciável, é a figura principal de um videoclipe de uma banda de gothic metal que poderia perfeitamente ser inglesa ou finlandesa. No entanto, ela é gaúcha de Erechim, assim como seu grupo – e eles se preparam para a tocar no Exterior em breve.

 Shadowside e Holiness são as bandas que lideram o time de meninas que também abocanhou uma fatia do rock pesado brasileiro, assim como no exterior. Fazem companhia ao Zaltana, de São Paulo, ao Semblant, de Curitiba, e ao Far From Alaska, de Natal (RN), que não é metal, mas faz um rock guitarreiro de boa qualidade.

Shadowside (FOTO: DIVULGAÇÃO)

Shadowside (FOTO: DIVULGAÇÃO)

Dani Nolden é a vocalista do Shadowside. Aos 27 anos, segue firme na luta por espaço nos palcos brasileiros, após turnês muito bem-sucedidas pelos Estados Unidos, Europa e um álbum de ótima qualidade, "Inner Monster Out", de 2012, gravado na Suécia.

Stéfanie Schirmbeck é a cantora do Holiness, grupo que deixou Erechim e se estabeleceu neste ano em São Paulo. A garota de 30 anos, com pinta de atriz, ganhou projeção ao estrelar o videoclipe "Dreaming of a Black Waves", da também gaúcha banda Hangar, de Aquiles Priester (ex-Angra).

O Zaltana é um projeto mais recente do vocalista, multi-instrumentista e produtor Tito Falaschi, que trabalhou com várias bandas nos últimos anos. Agora como baterista, ele montou uma banda redondinha, que acaba de lançar o excelente álbum autointitulado, os vocais agressivos de Mischa Marmade, uma menina doce que não hesita em soltar a fúria em mais da metade do álbum.

O paranaense Semblant está perto de lançar o seu mais novo álbum e tem como vocalista Mizuho Lin, que divide os vocais com Sérgio Mazul. Musicista experiente, assim como Dani e Stéfanie, especializou-se em duetos com vozes masculinas mais agressivas, ao estilo de algumas bandas góticas. É um dos bons nomes da nova safra de cantoras de heavy metal.

Nos últimos dois anos, mais dois nomes do heavy com vocais femininos chamaram a atenção. O Vandroya, da cidade de Bariri, no interior de São Paulo, aposta em um power metal com a potente e bela voz de Daísa Munhoz, uma frequente participante do extraordinário projeto Soulspell, uma ópera-metal dirigida pelo baterista Heleno do Vale, de São Carlos. "One", o primeiro álbum do Vandroya, foi bastante elogiado quando de seu lançamento, em 2013.

Stéfanie Schirmbeck, do Holiness (FOTO; DIVULGAÇÃO)

Stéfanie Schirmbeck, do Holiness (FOTO; DIVULGAÇÃO)

Bem mais perto da capital de São Paulo, o Ecliptyka surgiu em Jundiaí com um som de padrão internacional, com um investimento pesado em composição e produção. O resultado foi muito bom em "A Tale of Decadence", de 2011, e melhor ainda com "Times Are Changed", do ano passado, com a cantora Helena Martins mostrando uma grande evolução, conseguindo passear com desenvoltura entre o metal melódico com viés sinfônico e o metalcore mais agressivo.

No rock'n'roll, vale a menção ao quinteto feminino paulistano As Radioativas, que fazem uma alegre mistura de rockabilly e poppy punk, com letras bem sacadas. No segmento roqueiro mais próximo da MPB os destaques são a banda Klatu, de São Paulo, com a cantora Carol Arantes, e a Ruído Fino (Franca-SP), liderado pela cantora e guitarrista Fabíola Ognibeni.

No rock puxado para o blues, o destaque é a Fábrica de Animais, que tem na performática Fernanda D'Umbra o ponto principal de suas apresentações – ela também é atriz, e das boas, o que só realça a qualidade da banda. Também de Franca aparece a banda General Blues, mas tradicional no estilo, com a surpreendente Tati emulando sons de Chicago e New Orleans.

Por fim, uma das sensações nacionais do Lollapalooza deste ano, o Far From Alaska, banda potiguar que faz um rock moderno, com pegada indie e letras em inglês. A banda gira em torno das fundadoras, Emmily Barreto (vocal) e Cris Botarelli (teclados e vocais). Ganhando vários prêmios em 2014 com o álbum "ModeHuman", a banda foi bastante elogiada pela cantora escocesa Shirley Manson, que esteve no Brasil recentemente com sua banda, o Garbage. É bem provável que consiga em 2015 uma boa notoriedade.

Far From Alaska - Emmily Barreto (ao fundo) e Cris Botarelli (de óculos). Foto: Jomar Dantas/Divulgação

Far From Alaska – Emmily Barreto (ao fundo) e Cris Botarelli (de óculos). Foto: Jomar Dantas/Divulgação

 

 

Sobre os Autores

Marcelo Moreira, jornalista, com mais de 25 anos de profissão, acredita que a salvação do Rock está no Metal Melódico e no Rock Progressivo. Maurício Gaia, jornalista e especialista em mídias digitais, crê que o rock morreu na década de 60 e hoje é um cadáver insepulto e fétido. Gosta de baião-de-dois.

Sobre o Blog

O Combate Rock é um espaço destinado a pancadarias diversas, com muita informação, opinião e prestação de serviços na área musical, sempre privilegiando um bom confronto, como o nome sugere. Comandado por Marcelo Moreira e Mauricio Gaia, os assuntos preferencialmente vão girar em torno do lema “vamos falar das bandas que nós gostamos e detonar as bandas que vocês gostam..” Sejam bem-vindos ao nosso ringue musical.
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