Boogarins foi o grande destaque da primeira noite do Popload Gig

Boogarins deitou e rolou ontem na primeira noite do Popload Gig, no Áudio Clube, em São Paulo. Com muita potência e gana, a banda goiana apresentou um show que muitos presentes não esquecerão tão cedo. "Lucifernandis", do álbum "As Plantas que Curam", foi cantada com muito entusiasmo pela platéia.

Boogarins (Foto: Debora Oliveira)

Aliás, se algum produtor de show esperto estiver de olho, promoveria um encontro sensacional: Boogarins e Violeta de Outono. Duas gerações do melhor do rock psicodélico feito no país, seria histórico.

A noite

A Popload Gig contou com abertura do Pond. Com um repertório curto, a banda foi prejudicada por problemas no som. Para contribuir com o cenário desanimador, boa parte do público ainda não havia chegado, fazendo com que a banda australiana tocasse para uma platéia meia-bomba. Na sequência, os supracitados Boogarins, recém-contratados pelo selo Tralalá, comandado por Carlos Eduardo Miranda, que acompanhou atentamente a apresentação, que durou pouco mais de 50 minutos.

Após os Boogarins, o ex-Los Hermanos Rodrigo Amarante, que apresentou músicas de seu álbum "Cavalo". Poderia se chamar perfeitamente "Conversas para Boi Dormir", pois além de trazer boa parte dos defeitos "los hermânicos", Amarante optou por setlist d e v a g a r q u a s e p a r a n d o. O reflexo disto foram as filas criadas nos caixas dos bares ou na área de alimentação. Para não dizer que tudo foi ruim no show de Amarante, uma versão bem ajeitada de "Errare Humanum Est", do obrigatório "A Tábua de Esmeraldas", de Jorge Ben.

Cat Power (Foto: Debora Oliveira)

Por volta da meia-noite, Cat Power sobiu ao palco. Alternando-se entre guitarra e piano, ela seguiu firme no propósito de apresentar versões completamente alteradas de suas canções. Em alguns momentos, jogou flores brancas à platéia. Um fã entregou a ela um (cartaz? poster? – não consegui identificar). Cat Power foi ao microfone, preparou-se para ler e disse: "It´s perverted" e colocou o "presente" sobre o piano.

Enquanto ela interpretava "Metal Heart", alguém da platéia gritou "Fuck You". Ela interrompeu a música, perguntou se realmente havia ouvido os dizeres, fez um rápido discurso, devolveu o xingamento e abandonou o palco, com razão.

Tame Impala (Foto: Debora Oliveira)

O encerramento da noite ficou por conta de Tame Impala. Casa lotada, público animado, tudo para ser um show perfeito. Tecnicamente, até foi, porém os australianos tem um som limpinho demais, certinho demais, redondinho demais. Sem riscos, coisas de bom moço. E, vamos combinar, bom mocismo é uma coisa que o rock anda tendo em excesso, ultimamente. Já no bis, enquanto eles tocavam "Feels Like We Only Go Backwards", não pude deixar de lembrar de Pablito Ruiz, porque afinal de contas, o mundo é engraçado. Por volta das três horas, a banda encerrou sua apresentação.

Hoje

A programação do Popload Gig traz para hoje apresentações de The Lumineers, Metronomy, 2manydjs, Marcelo Jeneci, Cat Power, Mixhell e Nepal

Serviço

Preços: R$ 400 (pista) a R$ 640 (camarote)

Audio Club – Av. Francisco Matarazzo, 694 – Barra Funda Passaporte para os dois dias: R$ 720 (pista) a R$ 1,1 mil (camarote)

Venda e informações: Poploadfestival.com