Novo disco dos Titãs - engajamento ou oportunismo?
Depois de quase vinte anos de lançamentos pífios ou ignorados pelo público, eis que os Titãs voltam com seu 18º álbum de carreira, Nheengatu.
Puxado por um single forte, "Fardado", a banda tenta se recolocar no cenário do rock nacional, abordando temas polêmicos. O release em seu site já diz quais são as intenções – "Nheengatu" é uma crônica ácida do Brasil em carne viva, com as angústias e mazelas que estão bem aqui do nosso lado", aparece no texto. Um resgate dos tempos de "Cabeça Dinossauro" ou "Jesus Não Tem Dentes no País dos Banguelas"? Pode ser, mas por outro lado, parece ser bem oportuno esta guinada realizada, em um momento em que muitas manifestações a favor ou contra diversos temas tomam as ruas. A própria "Fardado" aponta isto – "Você também é explorado/Fardado/Você também é explorado – aqui!", canta Paulo Miklos Sérgio Britto (como alertado nos comentários) – inevitável lembrar que, em 1984, os Titãs também abordavam, com outro ponto de vista, a atuação policial nas ruas.
Aliás, sobre esta passagem de tempo de 30 anos, o guitarrista Tony Belotto declarou em entrevista ao jornal "O Globo" que "é uma merda pensar como o Brasil há 30 anos ou patina, ou piora" – Ora, em 1984, o país ainda não elegia presidente da República, vivia em uma hiperinflação e a economia vivia em frangalhos. Mais uma vez, a sensação que passa é que uma declaração desta pretende capitalizar o descontentamento atual e chamar atenção para o novo álbum.
Mas nem tudo são críticas negativas com relação a Nheegatu. Musicalmente, o disco é a melhor coisa que os Titãs fizeram desde "Õ Blésq Blom", lançado no pré-histórico ano de 1989. Bem produzido, bem executado e com boas idéias musicais. Pena que, tudo isto serve como uma embalagem para uma rebeldia que não convence muito.
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