Ex-vocalista dos Garotos Podres prepara novo projeto
Caio Luiz – jornal ABCD Maior
Um dos personagens mais emblemáticos do cenário musical da Região é José Rodrigues Mao Jr., doutor em Histórica Econômica pela USP, ex-vocalista e principal compositor da banda Garotos Podres, que se separou no ano 2012. A pergunta que fica é por onde andaria e o que estaria fazendo uma das maiores lendas do punk rock brasileiro?
O quarteto Garotos Podres, criado em 1982 no ABCD, não é menos importante do que o artista plástico Luiz Sacilotto, de Santo André, ou o movimento grevista. Pois com as músicas dos cinco discos de estúdio, o conjunto contribuiu com o estabelecimento da identidade cultural contemporânea local ao registrar passagens políticas e visões de mundo dos filhos de operários dos subúrbios.
O fim da banda foi envolto em desavenças e controvérsias depois de mais de três décadas na estrada. Atualmente, os integrantes se dividiram em dois projetos e brigam na justiça pela propriedade do nome do grupo. Mais de um ano depois do problemas que levaram à cisão dos músicos, este repórter encontrou Mao tomando um pingado em uma padaria do Ferrazópolis, bairro de São Bernardo no qual vive desde 1997. Aos 50 anos de idade e ao lado do guitarrista Cacá Saffiotti, outro veterano do Garotos Podres, o cantor vem desenvolvendo um novo projeto musical intitulado O Satânico Dr. Mao e os Espiões Secretos. O conjunto ainda conta com Chu, na bateria, e Uel, no baixo.
Vitor M/Projetor/Folhapress |
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José Rodrigues "Máo" Júnior, ex-líder dos Garotos Podres |
De acordo com o vocalista, as dez músicas que integram o trabalho estão na etapa de finalização. O plano é gravar o disco no início de 2014 e lançar o álbum ainda no primeiro semestre. "Mas devemos começar os shows devagar porque todos da banda conduzem outras atividades", disse Mao, que dá aulas de cultura e civilização no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo, em Cubatão, além de história para alunos do ensino médio.
Mais podre e satânico do que nunca
Duas das mais recentes canções do disco são Repressão Policial e Em Meio à Multidão. Ambas estão disponíveis na rede social da banda (www.facebook.com/SatanicoDrMao) e dialogam com o período de protestos que tomou o País em junho deste ano. "De certa forma, as músicas do disco representam uma continuidade dos Garotos Podres com formação renovada e mais liberdade de criação", definiu.
Para Mao, o hiato de apresentações e gravações – o último álbum lançado foi em 2003 (Garotozil de Podrezepam) – foi um período de concentração de esforços para cristalizar a iniciativa. O projeto ainda manterá as características das letras de intervenção social ou sátiras críticas dos Garotos Podres com viés de esquerda. A diferença, conforme o vocalista, está na ausência de amarras para também sair do formato tradicional da sonoridade quando for conveniente.
"Não quero ficar 30 anos fazendo a mesma coisa", afirmou. A proposta é seguir com o punk rock, porém sem limites criativos e com uma verve mais cômica. O professor/músico acrescentou que se sentia castrado por uma censura interna dentro da própria banda por divergências de ideologia em relação a outros integrantes. "A ruptura foi boa por um lado porque agora posso emitir posições políticas livremente".
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