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Classic rock: novas músicas de Paul McCartney, The Who e Ozzy Osbourne...

Combate Rock

25/11/2019 07h00

Marcelo Moreira

Paul McCartney em São Paulo (FOTO: DIVULGAÇÃO/MROSSI/T4F)

Aquela máxima dita por Mick Jagger em entrevista recente – "As pessoas não se interessam mais por músicas novas; querem sempre ouvir o clássicos" – está sendo solenemente ignorada por artistas contemporâneos, o que é bastante louvável e salutar.

Paul McCartney surpreendeu e colocou duas músicas novas na internet na semana passada, enquanto The Who soltou o terceiro single do álbum previsto para o final do ano – postura idêntica a de Ozzy Osbourne, que divulgou música inédita de álbum a ser lançado em 2020.

McCartney já tinha indicado que seguiria caminhos diferentes e experimentais em seu último álbum, "Egypt Station", de 2017, adicionando elementos de música eletrônica e buscando sonoridades mais modernas.

"Home Tonight"e "In a Hurry" foram lançadas para homenagear o Record Store Day, que celebra as lojas de música, de CDs e vinis. O alto astral domina as duas canções, que são leves e construídas sobre batidas modernas de bateria e violões carregados.

A primeira é melhor. Típica canção de McCartney, tem uma condução em violões e guitarras pontuais e intensas. O músico consegue recuperar um pouco a aura de sua carreira solo dos anos 80, embora a estrutura melódica seja um pouco mais complexa.

"In a Hurry" já é mais comum, bem parecida com o que ele sempre fez desde os anos 70. É alegrinha e também abusa dos violões, mas é mais reta e sem surpresas. É uma boa canção, mas certamente não entraria no último álbum.

The Who também surpreendeu no Record Store Day e divulgou o terceiro single do álbum que deve ser lançado em dezembro. "Big Cigars" e "All This Music Must Fade" se mostraram irregulares, como se o guitarrista Pete Townshend estivesse pouco inspirado.

Agora, em "I Don't Wanna Get Wise" , a situação melhorou um pouco. Não esperemos uma grande revolução. Assim como McCartney, Townshend apostou na simplicidade e no formato básico de canção. O resultado foi bom.

A música é mais forte que as anteriores, com uma performance vocal bem bacana de Roger Daltrey, que não abusa dos gritos e mantém um pique muito grande.

Townshend volta com letras mais pessoais, em primeira pessoa, mas se mostra mais otimista e menos ácido – "Big Cigars" não tem uma melodia memorável, mas a letra é política e cáustica, outra característica resgatada pelo guitarrista e compositor.

No rock pesado, Ozzy Osbourne surpreende com a divulgação de "Straight to Hell", a nova canção que estará no álbum de 2020. Com a participação de Slash, a faixa é poderosa e mais pesada do que as que foram incluídas em álbuns recentes.

Infelizmente, ainda temos uma saturação exagerada nos timbres de guitarra base, uma característica predominante na carreira solo de Ozzy neste século. A impressão que temos é que há excesso em tudo, lembrando alguns momentos nem tão edificantes do hard rock dos anos 80.

Apesar disso, a canção é boa, com bastante peso e um trabalho de guitarras primoroso. Ozzy mostra que está com bastante gás depois do fim do Black Sabbath e dá pistas de que podemos esperar um disco mais inspirado e potente do que os últimos do cantor.

Sobre os Autores

Marcelo Moreira, jornalista, com mais de 25 anos de profissão, acredita que a salvação do Rock está no Metal Melódico e no Rock Progressivo. Maurício Gaia, jornalista e especialista em mídias digitais, crê que o rock morreu na década de 60 e hoje é um cadáver insepulto e fétido. Gosta de baião-de-dois.

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O Combate Rock é um espaço destinado a pancadarias diversas, com muita informação, opinião e prestação de serviços na área musical, sempre privilegiando um bom confronto, como o nome sugere. Comandado por Marcelo Moreira e Mauricio Gaia, os assuntos preferencialmente vão girar em torno do lema “vamos falar das bandas que nós gostamos e detonar as bandas que vocês gostam..” Sejam bem-vindos ao nosso ringue musical.
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