Mercado internacional abraça o peso de Electric Mob e Ego Kill Talent
Marcelo Moreira
É sempre uma armadilha quando se ouve e se tenta explicar/descrever o "rock pesado moderno", seja qual for a epoca em questão.
"Sonoridades modernas " é um termo que comportas toda e qualquer interpretação e adição. Um dia Korn e Limp Bizkit representaram o heavy metal moderno, por mais que, de moderno mesmo, nada tinham além de barulhinhos eletrônicos esquisitos e som saturadíssimo -que não conseguiram melhorar as músicas ruins do nu metal.
Ressalvas feitas, é possível identificar em algumas novas bandas talento e ousadia para buscar alguma coisa diferente dentro do rock, desde que a música seja boa. Electric Mob e Ego Kill Talent estão conseguindo se destacar no Brasil n mar revolto e perigoso do rock pesado que um pezinho na chamada "avant garde".
Os paranaenses do Electric Mob ralaram muito desde 2016, quando criaram a banda. Com um EP na praça, "Leave a Scar", já preparam um álbum e sonham alto com os contatos que fizeram no exterior. O quarteto faz um hard rock com um pitadas de heavy, com um som pesado e encorpado.
"Conseguimos um contrato para vários discos com uma gravadora europeia. Pretendemos lançar nosso primeiro álbum em 2020. Por isso é que seguramos os planos de lançar um novo EP neste ano", disse o vocalista Renan Zonta.
E a banda não conseguiu apenas uma gravadora: assinou com a itraliana Frontiers, a mais im portante do mundo atualmente na área do hard rock e do classic rock e que é comandada pelo apaixonado Serafino Perugino.
Zonta afirmou que foi a única que se interessou pelo material. "Enviamos nosso material para gravadoras do mundo tudo, e também ficamos surpresos com o interesse dele. Nosso som é diferente, mas tem influências de hard rock e AOR. Estamos nas nuvens."
O Electric Mob está em estúdio gravando o primeiro álbum em Curitiba com as bênçãos da gravadora. "A Frontiers gostou das músicas que compusemos e curtiram o trabalho de nossos produtores. Estamos com liberdade total para trabalhar", diz o guitarrista Ben Hur Auwarter.
Outra novidade é que o contrato com a Frontiers, além de prever cinco álbuns em dez anos, possibilita que a empresa também trabalhe como agenciadora de shows na Europa e no Japão.
E por que o Electric Mob conseguiu fisgar Perugino, empretada que muitas utras bandas brasileiras mas vehas e mais famosas fracassaram?
"Ainda não temos a mínima ideia (risos). Não conversamos detalhadamente com eles, prteendemos fazer isso em breve. O que posso dizer é que a mistura de um som mais moderno e pesado com elementos de hard rock chamou a atenção deles. De alguma forma as músicas dfo primeiro EP chamaram a atenção deles. Parece que estão tentando diversificar um pouco o elenco da gravadora", arremata Zonta.
"Leave a Scar", de 2017, mistura hard rock com elementos de grunge, mas tudo com um peso a mais do que as bandas dos anos 90. O vocal de Zonta é potente, embora haja certos excessos, como na ótima música "Need to Rush", que ganhou um clipe bem produzido.
Outro destaque do EP é "Black Tide", que é a melhor, mostrando um rock mais visceral baseado nas guitarras. O som está bem "gordo" e explosivo.
Mais experiente e bem estabelecido, o Ego Kill Talent, de São Paulo, saboreia o seu melhor momento, tovcando em grandes festivais – fez um show triunfante no último Rock in Rio, para não falar nas gravações e shows realizados no exterior.
A banda encerrou recentemente o processo de gravação do seu mais novo álbum, no 606, estúdio do Foo Fighters, nos arredores de Los Angeles (EUA), ao lado do produtor Steve Evetts (The Cure, Sepultura, entre outras).
O prestígio da banda é tanto que este trabalho traz participação especial de John Dolmayan, baterista do System of A Down, Roy Mayorga, baterista do Stone Sour (projeto paralelo de Corey Taylor, vocalista do Slipknot), e do skatista Bob Burnquist.
O bom momento é tão bom que o quinteto passou ao largo dos comentários maldosos nas redes sociais por conta de terem sido indicados como a banda de abertura dos shows do Metallica no Brasil em 2020.
As apresentações acontecerão em Porto Alegre (21/04 – Arena do Grêmio), Curitiba (23/04 – Estádio Couto Pereira), São Paulo (25/04 – Estádio do Morumbi) e Belo Horizonte (27/04 – Estádio Mineirão). Os ingressos custam entre R$ 125 e R$ 780 e estão à venda pelo site da Eventim.
Além disso, o Ego Kill Talent também anunciou importantes passos internacionais com a assinatura de contrato com C3 Management para gestão de carreira internacional e com a William Morris Endeavor (WME) para agenciamento de shows mundial.
Thiago Endrigo, advogado e sócio da Elemess, empresa responsável pela estratégia de internacionalização do Ego Kill Talent, detalha a estratégia de internacionalização do grupo.
"Esse é um momento muito importante para o Ego Kill Talent. Estamos consolidando um plano de internacionalização traçado há três anos, desde que começamos a trabalhar juntos. Com a C3 e WME, a banda passa ter uma musculatura para viabilizar ações internacionais na carreira muito maiores que não seriam possíveis com uma empresa no Brasil. E para a Elemess, o Ego Kill Talent é justamente o case de sucesso que buscávamos construir para criar oportunidades de negócios internacionais que agora são realidade".
Com a recente criação de uma lista de músicas para os serviços de streaming, a banda rocurou ressaltar o som pesado e melódico que a caracteriza. "Last Ride", por exemplo, mescla com sucesso as guitarras pesadas e saturadas com levadas de cunho pop. Lembra bastante a música feita nos Estados Unidos no começo dos anos 2000, mas com uma levada mais dançante e de astral alto.
"Still Here", uma música mais antiga, segue mais na praia do Foo Fighters em sua fase mais suave, com melodia contagiante e bons riffs de guitarra. "Sublimated", por sua vez, é mais pesada, com um hard'n'heavy consistente despejando riffs certeiros.
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