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Comentários aleatórios sobre o Rock in Rio - parte 2

Combate Rock

30/09/2019 14h30

Marcelo Moreira

Bon Jovi (FOTO: DIVULGAÇÃO)

– Um dia em que axé music e samba ganham mais destaque do que o rock no Rock in Rio não pode ter sido bom. Foi muito péssimo. Mas ainda teve algum rock para não deixar o festival passar vergonha total e coube a duas bandas veteranas fazerem shows agradáveis, mas bem longe de serem memoráveis. Dia bem pobrezinho de música boa e rock de verdade.

Bon Jovi foi menos exuberante do que o Whitesnake no dia anterior. O show encerrou o palco Mundo de forma protocolar e sem sobressaltos. Jogaram na famosa "bola de segurança", sem riscos e nenhuma ousadia. Jon Bon Jovi mostrou uma voz cansada, que praticamente sumiu em alguns momentos, mas foi amparado por um público ávido por hits e sem nenhuma vontade de ser desafiado. Deu certo, mas é muito pouco para uma banda importante que fechou um final de semana de um festival que ainda é importante.

Dave Matthews Band é uma típica banda de festival de verão dos Estados Unidos, daqueles gigantes e com inúmeras atrações. Sua função é entreter e jamais surpreender. E a banda do guitarrista sul-africano faz iso muito bem. É soft rock, uma música insossa, mas agradável e palatável, comercial com qualidade, mas igualmente anódina e quase inofensiva. Precisa, técnica e profissional, com algum charme, mas sem muito carisma para agitar a plateia. Ainda assim, agradou e ganhou bons aplausos.

Goo Goo Dolls já foi sinônimo de nada pop por excelência nos Estados Unidos nos anos 80. Quando parecia engrenar, patinou e se tornou uma banda cult, com longos hiatos na carreira, mas seguindo firme quando na ativa. Acabou com a pecha, neste festival, de banda de um hit só e também não empolgou, por mis que tenha feito um show elogiado dias antes em São Paulo e tenha feito aparições em programas da TV Globo. Pouco conhecida no Brasil mais de 30 anos depois de seu auge, acabou se tornando mas uma curiosidade do que uma atração que chamasse a atenção.

Plutão Já Foi Planeta e Mahmundi tentaram dar uma cara de rock alternativo no palco Sunset tomado por atrações inacreditáveis e que jamais deveriam se apresentar em um evento que tem nome de rock. Fizeram uma apresentação dividida e não decepcionaram, por mais que a plateia as tenha ignorado. O repertório tentou ser o mais pop possível, com a cantora Mahmundi oferecendo boas alternativas com seu rhythm & blues bem grooveado e bem conduzido, com o apoio seguro da banda pop que já brilhou em reality show de TV. Mereciam um pouquinho mais de atenção.

 

Sobre os Autores

Marcelo Moreira, jornalista, com mais de 25 anos de profissão, acredita que a salvação do Rock está no Metal Melódico e no Rock Progressivo. Maurício Gaia, jornalista e especialista em mídias digitais, crê que o rock morreu na década de 60 e hoje é um cadáver insepulto e fétido. Gosta de baião-de-dois.

Sobre o Blog

O Combate Rock é um espaço destinado a pancadarias diversas, com muita informação, opinião e prestação de serviços na área musical, sempre privilegiando um bom confronto, como o nome sugere. Comandado por Marcelo Moreira e Mauricio Gaia, os assuntos preferencialmente vão girar em torno do lema “vamos falar das bandas que nós gostamos e detonar as bandas que vocês gostam..” Sejam bem-vindos ao nosso ringue musical.
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