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'Ball and Chain', nova música do Who, é mais do mesmo

Combate Rock

14/09/2019 12h00

Marcelo Moreira

Daltrey (esq.) e Townshend em São Paulo (FOTO: DIVULGAÇÃO/MERCURY CONCERTS)

Três meses após inaugurar a turnê "Movin' On"em Londres e tocar duas músicas inéditas, The Who finalmewntre lançou o primeiro single do álbum que será lançado no final deste ano.

"Ball and Chain", erroneamente creditada como "Big Cigars" na internet e no YouTube nas versões ao vivo, é um -a música interessante, mas longe do brilho que Pete Townshend demonstrou ao longo de sua carreira de 55 anos ao lado da banda.

Com uma forte pegada política ao criticar a base americana de Guantánamo, em Cuba, onde prisioneiros de guerra e terroristas foram torturados e detidos sem julgamento pelo exército, a canção começa bem com um piano com toques progressivos, mas descamba para uma quase balada pop sem pegada.

É uma música que dificilmente teria lugar nos mais fracos discos do Who – "Face Dances" (1981), "It's Hard" (1982) e "Endless Wire" (2006).

A outra que é tocada ao vivo, "Hero Ground Zero", tem uma sonoridade semelhante, só que um pouco mis pesada e com um tema polêmico, a queda das torres gêmeas em 11 de setembro de 2001.

Quando a dupla sobrevivente do Who resolveu retomar as canções autorais e inéditas, em 2004, o risco era decepcionar quem se acostumou com os hinos dos anos 60 e 70, ou mesmo das boas canções da carreira solo de Townshend.

E então vieram "Real Good Looking Boy" e "Old Red Wine", duas baladas boas e tocantes incluídas na coletânea "Then and Now". A primeira era uma homenagem ao herói da dupla Elvis Presley, ao mesmo tempo em que louvava os "bons tempos" da infância dos dois músicos – Townshend e o vocalista Roger Daltrey.

Já "Old Red Wine", candidata a hino, homenageava o companheiro John Entwistle, baixista da banda morto em 2002 antes cde começar a turnê norte-americana daquele ano. As duas são muito superiores às atuais e a todas as canções do álbum "Endless Wire".

Townshend ainda não divulgou o nome do álbum, mas disse no palco, nesta semana, em Nova York, que gostaria de ver  CD nas lojas do mundo em outubro.

Será o último da carreira longa da banda? Impossível dizer, já que a turnê "50 Hits", que passou pelo Brasil em 2017, deveria ser a última, nas palavras dos dois músicos. Ambos quebraram a promessa, já que estão na ativa em "Movin' On", apesar dos 75 anos de cada um (74 e seis meses, no caso de Townshend).

Efetivamente, lançamentos inéditos dependerão da receptividade do próximo. Se depender das duas músicas já divulgadas, as chances de que não tenhamos outro CD da banda são grandes.

 

Sobre os Autores

Marcelo Moreira, jornalista, com mais de 25 anos de profissão, acredita que a salvação do Rock está no Metal Melódico e no Rock Progressivo. Maurício Gaia, jornalista e especialista em mídias digitais, crê que o rock morreu na década de 60 e hoje é um cadáver insepulto e fétido. Gosta de baião-de-dois.

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