João Gilberto, o inigualável
Não consigo lembrar de nenhuma declaração de João Gilberto, morto hoje, aos 88 anos, sobre rock. Mas ele não era alheio a isso. Foi uma visita dele a uma banda baiana, à época vivendo no Rio de Janeiro, que mudou a orientação artística dela e acabou resultando num dos maiores discos produzidos no país, por uma das maiores bandas de rock de todos os tempos: "Acabou Chorare", dos Novos Baianos. Também foi ele, em um especial de TV, que resolveu chamar Rita Lee, para cantar "Juju Balangandans". Foi ele, também, que resolveu regravar "Me Chama", do ex-artista Lobão.
Se Dorival Caymmi foi quem modernizou a música brasileira nos anos 40 e 50, coube a outro baiano, João Gilberto, projetá-la para o futuro. Sua batida de violão e seu jeito de cantar mudaram pra sempre a música brasileira, não importa o gênero.
Sempre digo por aí que Jimi Hendrix não foi humano, era um alien que caminhava entre nós. João Gilberto se encaixa na mesma categoria ou, no mínimo, foi abduzido nos tempos em que dizem que ele foi morar em Diamantina, para aperfeiçoar sua batida e seu jeito de cantar. Da mesma forma que Robert Johnson, até então um músico medíocre, desapareceu durante um ano, para voltar e revolucionar o blues. Coincidências estranhas, essas.
Bom, João Gilberto, o inigualável, nos deixou e voltou para sua galáxia particular, para continuar aperfeiçoando sua música.
No vídeo abaixo, quarenta e oito minutos do melhor que a música foi capaz de produzir.
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