Melhores álbuns nacionais de 2018 - parte 2
Marcelo Moreira
Nas minhas escolhas dos melhores trabalhos nacionais, predominaram artistas que fazem rock pesado e que cantam em inglês. Foi um ano muito bom para o rock brasileiros em termos de qualidade musical, mas nem tanto em relação ao desempenho nos palcos, seja por falta de maiores oportunidades, seja por uma divulgação precária.
Angra – Omni – Novo álbum da banda paulistana certamente estará entre os cinco melhores já lançados pela banda. Conceitual e acessível ao mesmo tempo, mostra o perfeito entrosamento do vocalista italiano Fabio Lione, além do soberbo trabalho de guitarras de Marcelo Barbosa, que substitui Kiko Loureiro, hoje no Megadeth. Com a firme direção musical do outro guitarrista, Rafael Bittencourt, a banda mostra que está em um dos seus melhores momentos às vésperas de comemorar 30 anos de carreira.
Nervosa – Downfall of Mankind – As meninas paulistanas (ok, a baterista é gaúcha) chutaram tudo no terceiro álbum, o melhor delas até aqui. O thrash metal energético e nervoso (olha o clichê aí) evoluiu para um death metal poderoso e insano, com um instrumental mais encorpado e dinâmico. Demolidor.
Maestrick – Espresso Della Vita: Solare – a banda de São José do Rio Preto demorou, mas soltou um álbum magistral. O prog metal está cada vez mais progressivo, com canções ótimas e arranjos espetaculares. As 12 horas do dia são narradas de forma lúdica e sutil, com uma condução perfeita dividida entre guitarras e teclados. Um dos grandes trabalhos já realizados dentro do metal nacional, lembrando as obras de alta qualidade do Dark Avenger, que deixou de existir em 2017 com a morte do vocalista Mario Linhares.
Imago Mortis – LSD – Alex Vorhees, um dos destaques vocais brasileiros dos anos 90 e 2000, ressuscitou o Imago Mortis para acabar com ele de vez, segundo declarou à revista Roadie Crew na edição de dezembro de 2018. Se assim for, será um gran finale, já que LSD é forte, denso e poético. É heavy metal tradicional de alta qualidade, com guitarras muito bem trabalhadas e arranjos orquestrais grandiosos e eloquentes.
Affront – World of Collapse – O segundo álbum da banda é um avanço e tanto em relação ao primeiro, que é muito bom. "Agora tivemos mais tempo para compor, gravar e trabalhar", diz o vocalista M. Mictian. O resultado é um timbre de guitarras bem definido e um som de baixo mais presente, na cara, em músicas velozes e ríspidas. É death metal sem frescuras, uma paulada na cabeça.
MX – A Circus Called Brazil – A banda de thrash metal do ABC retornou aos trabalhos após mais de duas décadas de hiato e quer recuperar o tempo perdido. Após "Re-Lapse", com algumas regravações, a banda mostrou força e talento para gravar um CD estupendo, com duelo de guitarras explodindo na frente, combinadas com guitarras gêmeas e solos inspirados.
Baranga – Motor Vermelho – Depois de muito tempo sem gravar, o quarteto paulistano resolveu se inspirar ainda mais no Motorhead e homenagear Lemmy Kilminster, morto em 2015. É rock direto e sem concessões, com letras sarcásticas e bem humoradas. Certamente é o melhor trabalho de rock pesado em português do ano.
CaSch – Os irmãos Marcelo e Ricardo Schevano (respectivamente guitarrista do Carro Bomba e baixista do Baranga) se uniram ao baterista Rolando Castelo Júnior (ex-Patrulha do Espaço) e fizeram um EP de cair o queixo com o melhor do stoner metal praticado no Brasil, ombreando aos últimos trabalhos de Shadow Legacy, Motorcircus e King Bird. É um som pesado, sujo, intenso e dramático, com guitarras lancinantes e cortantes.
Krisiun – Scourge of the Enthroned – Há quem diga que é o melhor álbum da longa carreira de quase 30 anos do trio gaúcho de death metal, hoje o nome brasileiro mais importante internacionalmente dentro do rock. É curto, seco, direto e violento, retomando um pouco da verve inicial da banda. Tudo é bem feito e espantoso, desde a violência sonora das guitarras e até a tempestade rítmica de baixo e bateria densos e vigorosos. Possivelmente é uma das três bandas de metal extremo da atualidade no mundo.
Moda de Rock – Moda de Rock Toca Led Zeppelin – Os violeiros metaleiros estão de volta. diante do inesperado sucesso do projeto de verter para a viola caipira, aquela de dez cordas, grandes clássicos do rock, a dupla lançou o terceiro disco de estúdio, desta vez só com músicas do Led Zeppelin. O resultado, novamente, é primoroso, com uma pesquisa profunda sobre arranjos e timbres que praticamente transformaram algumas músicas.
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