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Filme do Queen é uma viagem dos palcos para as telas

Combate Rock

23/12/2018 07h02

 Edu Dieb – publicado originalmente no site Roque Reverso

Rami Malek como Freddie Mercury (FOTO: DIVULGAÇÃO)

Antes de tudo, era o "Live Killers". Cada faixa do LP duplo exaustivamente ouvida. Até os vizinhos sabiam as músicas. Sim, ouvíamos no máximo volume possível.

Março de 1981. Dezesseis anos. No cimento da arquibancada. Morumbi. Eu atrás de um dos gols. No extremo oposto o Queen.

Guardo as imagens daquelas figuras distantes, das luzes coloridas e do aroma das fumaças diferentes no estádio lotado.

Arrepios na espinha a cada música que começava. Coração batia forte quando terminavam. Foi-se o show. Não queria que acabasse. Eu e meus amigos voltamos calados até o outro lado da cidade. Essas memórias ficaram guardadas, nunca esquecidas.

Os tantos anos que separam o show do filme foram preenchidos por centenas de concertos e discos de muitas bandas, mas nenhum outro show do Queen sem Freddie Mercury. Não é Queen. É como a Santa Ceia sem Jesus. Não é.

Novembro de 2018. Muitos anos a mais. Cadeira confortável e macia. Um "IMax" qualquer. Eu diante da tela gigantesca. Na minha frente o Queen.

"Bohemian Rhapsody" é um filme sobre o Queen? Pode ser, mas quem domina é Freddie Mercury, incorporado em Rami Malek.

Aqui e ali, uma ou outra alteração na ordem cronológica dos fatos que só os chatos xiitas trombeteiam. É o de menos em um filme em que tudo é mais. Principalmente, a vontade de ver mais cenas, músicas e histórias. Mais tempo!

É um filme que você entra para ver sabendo a história do começo ao fim, e ainda assim se surpreende. Não com os casos gays de Freddie. Mas com a força das músicas. Não é um filme com trilha sonora. Elas são o filme.

Não há boca que deixe de cantarolar as letras, pé que não marque as batidas, não há coração que não pulse como se estivesse em Wembley naquele Live Aid. Não há quem esqueça dos shows no Morumbi ou no Rock in Rio.

Todo o carisma de Freddie e do Queen pulsam a cada música e cena. A sequência final segue à risca o roteiro dos clássicos: arrebatadora.

E como era de se esperar, lenços e mangas de camisas foram usados sem nenhuma vergonha. Os olhos marejaram.

Até levantar da cadeira macia foram uns minutos a mais. Foi-se o filme. Não queria que acabasse. Somente algumas centenas de metros depois de sair do estacionamento do shopping é que consegui falar: que filme foda!

Sobre os Autores

Marcelo Moreira, jornalista, com mais de 25 anos de profissão, acredita que a salvação do Rock está no Metal Melódico e no Rock Progressivo. Maurício Gaia, jornalista e especialista em mídias digitais, crê que o rock morreu na década de 60 e hoje é um cadáver insepulto e fétido. Gosta de baião-de-dois.

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O Combate Rock é um espaço destinado a pancadarias diversas, com muita informação, opinião e prestação de serviços na área musical, sempre privilegiando um bom confronto, como o nome sugere. Comandado por Marcelo Moreira e Mauricio Gaia, os assuntos preferencialmente vão girar em torno do lema “vamos falar das bandas que nós gostamos e detonar as bandas que vocês gostam..” Sejam bem-vindos ao nosso ringue musical.
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