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Jared Leto, o Jesus Christ Superstar do pop/rock alternativo

Combate Rock

29/09/2018 07h16

Nelson Souza Lima – especial para o Combate Rock

Jared Leto agitou bastante n show de seu 30 Seconds do Mars (FOTO: NELSON SOUZA LIMA)

Espero não passar por herege. Não pretendo provocar a ira de católicos fervorosos nem chocar os fãs da 30Seconds To Mars. Mas o vocalista da banda, Jared Leto, tá a cara de Jesus Cristo. Pelo menos daquele Jesus que nos é mostrado desde o Renascimento. Com olhos claros, cabelos compridos e barba bem feita o americano tá a cara do Filho do Messias e, assim como esse, leva seus seguidores a um estado de empolgação e euforia.

Isso não é novidade pra ninguém e gera piadas até mesmo entre os fãs do grupo. No show que rolou no Espaço das Américas, na quinta-feira, 27 de setembro, não foram poucos os gritos de "Glória, Jesus".

Enfim, piadas à parte o 30 Seconds To Mars está percorrendo a América Latina com a "The Monolith Tour".

A banda que completa 20 anos de atividades mostra plena forma e sua mistura pop/rock alternativo/eletrônico sacudiu a casa que lotou. Como sempre gosto de dar uma sacada no público e notei que é muito heterogêneo: patricinhas, mauricinhos, adolescentes, pais acompanhando filhos, caras com jeito headbanger e muitos covers de Jared Leto.

Primeiro um pouco do que rolou antes. Sabia que ia ser tumultuado, pois Jared Leto e seu irmão Shannon (bateria) têm milhares de fãs em terras brasucas e que a casa ia lotar. Não deu outra: trânsito carregado nos arredores do Espaço e tive que deixar o carro num estacionamento que cobrou a paulada de R$ 50,00. Faz parte.

Peguei minha credencial.Um rolê pela casa, sapeada aqui e ali. Confesso que não sou conhecedor da obra thirtysecondsmarciana , mas nos últimos dias fiz a lição de casa, ouvindo algumas músicas e pesquisando a história da banda.

Os caras utilizam diversos símbolos e selos de tempos em tempos. Todos eles, segundo a banda, para levar a um grau de entendimento e integração com os fãs. Então tá.

Esses símbolos estavam presentes em bandeiras, daquelas usadas em estádios de futebol nos bons tempos, para serem agitadas pelo público.

Quando vi pessoas carregando as bandeiras fiquei um pouco sem saber o que era aquilo. Mas saquei logo que os acessórios faziam parte da festa que é o show do 30 Seconds. O clima tava tranquilão. Galera circulando pra lá e pra cá e eu tratei de me posicionar o melhor possível pra acompanhar o show.

Por volta, das 20h40 as luzes apagam, fãs gritam e celulares em punho anunciam que a festa ia começar. Shannon Leto entrou primeiro provocando histeria, mas a galera explodiu quando Jared entrou com suas roupas "diferentosas", sobretudo azul sobre uma espécie de quimono colorido e óculos escuros. Nota dez em moda. Mas o que importa é o som. Mandaram "Monolith", do recente "América". Aliás, o set list foi composto por metade de canções do novo álbum: 9 pra ser exato.

Entre elas, "Kings and Queens", "Hail To Victor", "Love is Madness" e "Live Like a Dream".

A cada música o público gritava e pulava e a cada palavra de Leto pedindo "Mãos ao alto" era loucura total. Leto é grande frontman: exaltou o público paulistano, que adora tocar em São Paulo e que não tem lugar no Brasil mais animado. Rasgando a seda total. Na quarta música 'This is War" vários balões gigantes foram jogados pra galera que deu ainda mais clima de festa/show.

Leto chamou dois fãs ao palco pra animarem o público, chamou outros pra tirar selfie, desfilou com a bandeira do Brasil. Tudo o que se espera de um ótimo frontman.

Dois momentos legais foram a participação do rapper Projota cantando um trecho em português em "Rescue me" e Shannon que deixou um pouco a bateria de lado e cantou bem "Remedy". Me arrisco a dizer que a voz dele é mais legal que a do irmão.

Pouco antes de encerrar Jared Leto mostrou ainda mais semelhança com Jesus e mandou sua "Walk on Water".

Encerraram a apresentação às 23h11 com "Closer to The Edge" com o palco lotado de fãs e sem direito a bis. Simplesmente deixaram o palco e nada de tchau.

Sorte dos que estavam no palco que iam encontrar os caras no backstage.

Mas pela reação tranquila do público ficou de bom tamanho.

SET LIST – THIRTY SECONDS TO MARS

Monolith –Disco América

Up in the Air – Disco Love Lust Faith Dreams, de 2013

Kings and Queens – Disco América

This Is War – Disco This is War de 2009

Dangerous Night Disco América

 

From Yesterday Disco A beautiful lie de 2005

Do or Die – Disco Love Lust Faith and Dreams

 

Love Is Madness – Disco América

Hail to the Victor – Disco América

City of Angels – love lust faith and dreams

Rescue Me – Disco América (with Projota)

Hurricane – Disco This is war de 2009

Remedy – SHANNON NO VOCAL – Disco América

Live Like a Dream – Disco América

The Kill (Bury Me) Disco This is War

Walk on Water – Disco América

Closer to the Edge – Disco This is War

 

Sobre os Autores

Marcelo Moreira, jornalista, com mais de 25 anos de profissão, acredita que a salvação do Rock está no Metal Melódico e no Rock Progressivo. Maurício Gaia, jornalista e especialista em mídias digitais, crê que o rock morreu na década de 60 e hoje é um cadáver insepulto e fétido. Gosta de baião-de-dois.

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O Combate Rock é um espaço destinado a pancadarias diversas, com muita informação, opinião e prestação de serviços na área musical, sempre privilegiando um bom confronto, como o nome sugere. Comandado por Marcelo Moreira e Mauricio Gaia, os assuntos preferencialmente vão girar em torno do lema “vamos falar das bandas que nós gostamos e detonar as bandas que vocês gostam..” Sejam bem-vindos ao nosso ringue musical.
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