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Aos 50 anos, a serenidade de Andreas Kisser empurra o Sepultura à frente

Combate Rock

06/09/2018 06h48

Marcelo Moreira

Andreas Kisser (FOTO: DIVULGAÇÃO)

No documentário "Sepultura Endurance", de Otavio Juliano, a maturidade dá o tom em todos os depoimentos, mas chama a atenção a serenidade do guitarrista Andreas Kisser.

Ainda não se sabe ao certo se o músico influenciou a mudança de rumo da obra – de um filme mostrando a carreira da banda brasileira, se transformou em um importante documento de como é possível dar a volta por cima depois de um terremoto e continuar relevante.

Entretanto, se isso aconteceu, é mais um dos muitos méritos artísticos que devem ser conferidos a Kisser após 30 anos ajudando a segurar tudo na banda mais importante da história do rock nacional.

Kisser chega aos 50 anos de idade como um instrumentista que está no auge da criatividade e do desempenho, além de se consolidar definitivamente como um dos mais relevantes artistas da música brasileira.

A serenidade e a maturidade demonstrada nos últimos anos o permitem transitar por diversos caminhos dentro da cultura brasileira sem ter de se explicar, o que não quer dizer que não tenha mais o que provar. Para nossa sorte, ele prova a cada novo lançamento do Sepultura que faz questão de criar e produzir – e influenciar.

Que não cometamos a injustiça de dizer que ele é o Sepultura hoje. A construção da banda teve sua imensa contribuição, e podemos dizer que ele é o principal responsável pelo fato de a banda chegar aos 34 anos de existência. Ele também é o Sepultura, ao lado de Paulo Jr. (o único integrante original) e Derrick Greene, que teve a difícil missão de substituir Max Cavalera.

Kisser não gosta muito desse papo de guitar hero, gênio do rock nacional e essas coisas. Em recente entrevista a apresentadores de uma emissora de rádio em São Paulo, não escondeu o orgulho da carreira que construiu e do prestígio que adquiriu, mas foi direto e sucinto a respeito de como gostaria que escrevessem o verbete sobre ele em uma eventual enciclopédia do rock. "Um músico apaixonado pelo que faz e que teve o privilégio de aprender e crescer muito como pessoa e como profissional."

 

Sobre os Autores

Marcelo Moreira, jornalista, com mais de 25 anos de profissão, acredita que a salvação do Rock está no Metal Melódico e no Rock Progressivo. Maurício Gaia, jornalista e especialista em mídias digitais, crê que o rock morreu na década de 60 e hoje é um cadáver insepulto e fétido. Gosta de baião-de-dois.

Sobre o Blog

O Combate Rock é um espaço destinado a pancadarias diversas, com muita informação, opinião e prestação de serviços na área musical, sempre privilegiando um bom confronto, como o nome sugere. Comandado por Marcelo Moreira e Mauricio Gaia, os assuntos preferencialmente vão girar em torno do lema “vamos falar das bandas que nós gostamos e detonar as bandas que vocês gostam..” Sejam bem-vindos ao nosso ringue musical.
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