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Encontro de gigantes do rap e da black music

Combate Rock

19/06/2018 17h00

Nelson Souza Lima – especial para o Combate Rock

Mano Brown (esq.) e Criolo (FOTO: LETÍCIA NUNES)

Rolou na última sexta-feira, 15 de junho, no Espaço das Américas o show de dois dos maiores representantes da música brasileira. No palco Mano Brown e Criolo fizeram uma grande apresentação que levou a galera ao delírio. A casa, localizada na zona oeste de São Paulo, tem capacidade para 10 mil pessoas e no olhômetro eu diria que praticamente lotou.

Cheguei acompanhado da fotógrafa Letícia Nunes Lima (vejam os cliques) e o clima era dos melhores. Ao entrar e deparar com a pista gigantesca eu voltei aos anos 80 lembrado dos bailes que costumava frequentar.

A volta ao passado foi pra mim, assim como para muitos outros retornar aos grandes bailes black famosos como do Palmeiras, Guilherme Giorgi e Chic Show.

Nas pick ups rolando o melhor do rap nacional como Racionais, Kamal e Planet Hemp. A abertura ficou por conta do mineiro Djonga. Durante 40 minutos o rapper chamou a galera pra cantar e pular ao som de suas batidas nervosas com letras afiadas e forte crítica social. N

o set do mineiro canções, cujos clipes já constam milhares de views no Youtube como "10 10", "Solto" e "Geminiano". O esquenta de Djonga funcionou sendo que às 23h40 o cara deixou o palco ovacionado com a galera pedindo mais.

Agora era esperar pela atração principal. Nesse meio tempo uma pausa pra tomar uma água e dar um look no publico: garotas estilosas, com cabelos e indumentária classudas.

Os caras usando camisetas cabulosas e roupas variadas. Bem eclética a galera com idades variadas: jovens com cara de nerd, mauricinhos, manos, patricinhas, fãs da soul music das antigas numa comunhão musical.

Passava da meia-noite, abrindo o sábado, quando a banda, muito boa por sinal, mandou os primeiros acordes de "Ponta de lança Africano (Umbabarauma), de Jorge Ben, e regravada por Mano Brown em 2010.
Saudados pelo público o líder do Racionais e Criolo mandaram uma sequência de ótimas canções alternando-se: uma de Brown, uma do compositor de "Não existe amor em SP".

Com discursos engajados e conscientes o cara do Capão Redondo (Brown) e o mano do Grajaú (Criolo) mostraram o quanto o ecletismo é uma marca de ambos, que apesar de terem o rap como sonoridade principal mergulham também no samba, soul, R&B e outros gêneros.

A pista ferveu ao som dos caras e nos telões uma explosão de imagens e homenagens a grandes nomes do hip-hop nacional. Foram mencionados MV Bill, Sabotage, Kamal, KL Jay, Ed Rock e Ice Blue. Este último aliás é parceiro de Mano Brown há anos e também no palco mandou suas rimas, cantando, ora com Brown, ora ao lado de Criolo.

Banda de responsa com metaleira precisa trouxe músicos tarimbados como o batera Vitor Cabral, o baixista Dudinha Lima e o guitarrista Rafael Bertoni. A direção musical do show ficou a cargos dos tarimbados Duani Martins e Daniel Ganjaman.

Por volta da 1h45 da manhã os caras encerraram com "Vida Loka". Sem bis ou bônus, mas tá valendo. Grande noite de uma festa black de prima.

Sobre os Autores

Marcelo Moreira, jornalista, com mais de 25 anos de profissão, acredita que a salvação do Rock está no Metal Melódico e no Rock Progressivo. Maurício Gaia, jornalista e especialista em mídias digitais, crê que o rock morreu na década de 60 e hoje é um cadáver insepulto e fétido. Gosta de baião-de-dois.

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O Combate Rock é um espaço destinado a pancadarias diversas, com muita informação, opinião e prestação de serviços na área musical, sempre privilegiando um bom confronto, como o nome sugere. Comandado por Marcelo Moreira e Mauricio Gaia, os assuntos preferencialmente vão girar em torno do lema “vamos falar das bandas que nós gostamos e detonar as bandas que vocês gostam..” Sejam bem-vindos ao nosso ringue musical.
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