Com crítica política e 'técnicas jornalísticas', Supla lança novo álbum
Paulo Martins Silva – especial para o Combate Rock
Rock festeiro e adolescente? Nada mais equivocado para caracterizar a carreira solo de Supla, que um dia liderou a banda Tókio, uma tentativa de fazer música avant garde no rock dos 80.
Afirmação pretensiosa? Certamente sim, mas que serve também para mostrar a inquietação de um artista que teve o trabalho subestimado por muito tempo por uma crônica musical avessa ao conceito de música pop comercial.
Seja como for, o rock festeiro e tremendamente pop agora ganha uma veia mais política no mais recente CD de Supla, que será lançado em concorrido show nesta sexta-feira (6), no Auditório Ibirapuera Oscar Niemeyer, em São Paulo.
"Illegal" é o 5º álbum de sua carreira, um marco importante para artistas do chamado "classic rock" nacional. Provavelmente é o mais prolífico em relação aos seus contemporâneos e, para comemorar a marca, reuniu um time de veteranos excelentes músicos, como Bruno Luiz (guitarra), Henrique Baboom (baixo), Mateus Schanoski (teclado) e Edgar Avian (bateria).
No repertório da apresentação, o cantor e compositor mostra as novas canções – como "Eu Vou até Tokyo", "Fuck Politics" e "Cresça e Aconteça –, hits do seu repertório – como "Humanos", "Garota de Berlim" e "Green Hair (Japa Girl)" – e alguns covers, como "Imagine" e "Should I Stay or Should I Go".
"'Illegal' é um disco duplo, com versões em inglês e português, e foi gravado com a banda que me acompanha há dois anos", conta Supla no material de divulgação do evento. "Ele traz influências do músico Arthur Lyman (que é um grande arranjador [norte-americano] dos anos 1960 de música da Polinésia) e canções que transitam por estilos diversos, como punk, metal, rock e bossa nova."
E, quem diria, o jornalismo acabou servindo de inspiração para a elaboração do novo álbum, que está crivado de conceitos. "Eu e minha parceira de letras, Tatiana Prudêncio, fomos relatando, como repórteres, tudo o que está se passando na nossa sociedade. Compus as músicas no violão e depois fui decidindo que instrumentos usar em cada uma delas."
O artista acrescenta que a escolha do título do disco se deu por se tratar de uma palavra compreendida nos idiomas português, inglês e espanhol – apesar das diferenças de grafia em cada língua – e pelo fato de o trabalho trazer à tona questões como a imigração e a aceitação das pessoas.
"As pessoas não estão tendo oportunidades em suas próprias terras e estão sendo obrigadas a imigrar, independentemente de fronteiras. Isso vale também para os nordestinos que vieram, por exemplo, ajudar a construir São Paulo. Todos somos imigrantes ou descendentes deles, de alguma forma. E eu acho importante que todas essas pessoas sejam aceitas e tenham condições dignas para viver", diz o músico.
Sobre os Autores
Sobre o Blog
Contato: contato@combaterock.com.br
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.