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Dire Straits Legacy no Brasil? Muito cuidado nessa hora

Combate Rock

21/01/2018 07h30

Marcelo Moreira

Dire Straits Legacy (FOTO: DIVULGAÇÃO)

Ninguém deu muita bola quando surgiu uma tendência esquisita no final dos anos 80 – integrantes obscuros de bandas famosas montam "projetos" com músicos contratados e desconhecidos para faturar alguns vinténs.

Exemplos foram vários, alguns com integrantes originais, como Creedence Clearwater Revisited, Oliver Dawson's Saxon, Geoff Tate's Queensryche – no Brasil, Urbana Legion, com referência autoexplicativa. Tem até um tal Australian Pink Floyd, uma competente cópia (mas cópia!) que faz turnês mundiais…

A novidade de 2018 é a vinda do Dire Straits pela primeira vez ao Brasil. É assim que muitos jornais, TVs, revistas e sites receberam a notícia de uma turnê brasileira da banda a ocorrer em maio.

Dire Straits pela primeira vez no Brasil, uma notícia quente e importantíssima, só menos importante que a vinda da banda The Who. no ano passado

Mas o Dire Straits não acabou em 1991? Quando foi que Mark Knopfler, o guitarrista, vocalista e líder, reformou o grupo?

Não para dizer que é picaretagem, mas há boa dose de oportunismo. O baterista Pick Withers, um dos fundadores, resolveu pegar a estrada depois de décadas sumido e tocar as músicas da banda que estourou mundialmente nos anos 80.

E então surgiu uma coisa chamada Dire Straits Legacy, uma banda cover formada pelo seu membro mais discreto. Será esse "Dire Straits" genérico que virá ao Brasil em maio, em com direito a maciça propaganda nas rádios rock e em revistas especializadas.

Existem bandas em que o DNA de seus integrantes mais importantes está tão impregnado que qualquer substituição simplesmente não dá certo. Deep Purple sem Ian Gillan ou Ritchie Blackmore? Black Sabbath sem Ozzy Osbourne ou Tony Iommi? Queen sem Freddie Mercury?

O Dire Straits sempre se confundiu com a persona de Knopfler, ainda que o baixista John Illsley sempre tenha dado uma grande força. O timbre de guitarra e a voz anasalada do escocês eram a marca registrada do grupo. Dire Straits sem Mark Knopfler?

Oportunismos à parte, é bom tomar cuidado com qualquer "projeto" com nome de banda grande ou gigante e que venha associado à palavra "Legacy" ou "Revisited". Provavelmente a decepção será grande, ainda que a atração tenha alguma qualidade. Haverá shows em São Paulo, Salvador, Vitória, Porto Alegre e Recife.

Sobre os Autores

Marcelo Moreira, jornalista, com mais de 25 anos de profissão, acredita que a salvação do Rock está no Metal Melódico e no Rock Progressivo. Maurício Gaia, jornalista e especialista em mídias digitais, crê que o rock morreu na década de 60 e hoje é um cadáver insepulto e fétido. Gosta de baião-de-dois.

Sobre o Blog

O Combate Rock é um espaço destinado a pancadarias diversas, com muita informação, opinião e prestação de serviços na área musical, sempre privilegiando um bom confronto, como o nome sugere. Comandado por Marcelo Moreira e Mauricio Gaia, os assuntos preferencialmente vão girar em torno do lema “vamos falar das bandas que nós gostamos e detonar as bandas que vocês gostam..” Sejam bem-vindos ao nosso ringue musical.
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