Blues Brasil avança nos EUA com Celso Salim, Artur Menezes e Bia Marchese
Marcelo Moreira
Eles chegaram devagarinho, seguindo as pegadas que Nuno Mindelis deixou lá nos anos 90, coisa que o guitarrista Igor Prado vem fazendo com competência há cinco anos.
Devagar, mas com determinação, artistas brasileiros de blues estão conseguindo fincar seus nomes nos Estados Unidos e ganhando prêmios diversos e ocupando posições no alto das listas de vendas e execuções de músicas.
Além de Prado, estão em alta no momento os guitarristas Celso Salim, de Brasília, e Artur Menezes, de Fortaleza, além dos fartos elogios que a paulista Bia Marchese tem recebido por lá por conta de seu mais recente álbum, "Let Me In", que privilegia composições de mulheres, misturando rockabilly, blues e soul e rhythm & blues.
Celso Salim já ganhou alguns prêmios na Califórnia, onde está radicado há quase quatro anos – já teve uma passagem bastante frutífera pelos Estados Unidos no começo do anos 2000.
Nome respeitadíssimo no Brasil, rapidamente obteve boas críticas em Los Angeles e formou uma formidável rede de contatos que o permite tocar de forma direta e segura com muita regularidade.
Legítimo papa-prêmios, ele e sua banda estão inscritos com grandes chances de premiação no International Blues Challenge 2018, representando a Southern California Blues Society. O evento ocorre em Memphis de hoje até o dia 21 de janeiro.
Para quem pensa que a vida de músico na América do Norte é fantástica, o músico anunciou a abertura de uma campanha de financiamento coletivo para custear a viagem até Memphis, onde ocorrerá a "disputa", digamos assim. A campanha está aberta em https://www.gofundme.com/celso
O guitarrista cearense Artur Menezes, que também em Los Angeles, ganhou prêmios em outras regiões da Califórnia e vai representar a Santa Clarita Valley Blues Society no IBC 2018 pela segunda vez, também com chances boas de obter uma colocação importante. Ele ganhou pela segunda vez consecutiva o "Blues Challenge" promovido pela Santa Clarita Valley Blues Society.
O International Blues Challenge em Memphis, promovido pela "Blues Foundation", é considerado o Grammy ou o Oscar do blues. O festival conta com mais de 250 bandas de vários países em 2018 será o 34º ano do festival.
Em 2016, a Igor Prado concorreu a um dos prêmios, o de melhor álbum de banda novata, com o disco "Way Down South", o primeiro trabalho de um artista não norte-americano a chegar ao topo das listas de vendas e execuções de instituições dos Estados Unidos. Não foi o vencedor, mas ficou entre os cinco melhores na sua categoria naquele ano.
Menezes faz o contraponto do amigo Salim, que é mais tradicionalista. Menezes tem uma pegada mais moderna, mais roqueira, e tem um trabalho muito respeitado no Brasil.
Ganhou destaque na Califórnia com a necessária mistura de elementos blueseiros com a sonoridade de ritmos regionais do Brasil.
Guitarrista, cantor e compositor, abriu recentemente o show de Joe Satriani em São Paulo e tem três discos lançados: "Early to marry", "#2" (pré-selecionado ao Prêmio da Música Brasileira de 2013 na categoria de "Melhor Disco em Língua Estrangeira") e "Drive Me" (2015).
Em sua trajetória, Artur esteve em turnê na Europa em 2014, onde foi headline do "Augustibluus Festival", além de fazer shows em casas de blues na Inglaterra. Em 2015, esteve por duas vezes no México e em 2013 na Argentina.
Nos anos de 2006, 2007 e 2011, residiu em Chicago, onde teve a oportunidade de dividir o palco com grandes nomes do blues – dentre eles Buddy Guy – e tocar nos mais tradicionais bares de blues de lá.
Por fim, de forma até muito rápida e surpreendente, a cantora Bia Marchese, que lançou recentemente o álbum "Let Me In" pela Chico Blues Records, foi agraciada com duas indicações importantes no site norte-americano Blues Junction Produtions neste mês de janeiro.
O álbum ficou entre os 20 melhores de blues lançados em 2017, segundo a lista do site, e Bia ficou em primeiro lugar como a melhor cantora, ganhando o prêmio Etta James.
Provavelmente a melhor cantora brasileira de blues e jazz de sua geração, mostrou bastante versatilidade ao passear do jazz e do blues dos anos 30 e 40 para ritmos mais intensos, como o rockabilly e o soul.
Ao vivo, ela incrementa sua performance com alguns clássicos do rock e do rhythm & blues, revelando um bom domínio de palco com o suporte de uma banda muito afiada, liderada pelo baixista Rodrigo Mantovani, que toca na Igor Prado Band e que já trabalhou com Celso Salim – aliás, é mais fácil dizer com quem ele não trabalhou no Brasil.
Com os bons resultados do álbum recém-lançado , é apenas questão de tempo para a moça engatar sua primeira turnê norte-americana e abrir mais algumas portas para os artistas brasileiros.
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