Banda Hibria implode e tem seu futuro recheado de incertezas
Marcelo Moreira
Uma das bandas mais interessantes e com trabalhos mais dignos dentro do rock brasileiro está à beira da extinção, e de forma surpreendente. O Hibria anunciou nesta sexta-feira, 8 de dezembro, que quatro de seus cinco integrantes estão saindo, deixando Abel Camargo sozinho para dar conta da divulgação de "Moving Ground", o novo álbum da banda gaúcha, que está prestes a chegar às lojas.
Com uma carreira sólida na América do Sul e fenômeno de vendas no Japão, o Hibria frequenta com regularidade as listas de melhores álbuns do ano. Foi assim em 2015, com seu álbum autointitulado, que mesclava o heavy tradicional com timbres e arranjos mais modernos.
De forma esquisita e pouco transparente, todos os integrantes decidiram postar no Facebook mensagens louvando a banda, o tempo em que estiveram juntos e como o próximo álbum será "o melhor da carreira da banda".
O problema é nenhum deles explica os verdadeiros motivos do esfacelamento da formação atual da banda. Muitas palavras vazias, como seguir sonhos, seguir novos caminhos, deixando no ar as dúvidas: por que abandonar um grupo bem-sucedido às vésperas de um lançamento que reputam ser de ótima qualidade?
Deixam o Hibria o vocalista Iuri Sanson, o baterista Eduardo Baldo, o guitarrista Renato Osorio e o baixista Ivan Beck. Quem fica com a missão de remontar o grupo, se conseguir, é o guitarrista Abel Camargo. Ao final do texto, clique no link para ver as mensagens dos cinco integrantes sobre a separação.
São muitas palavras que não explicam nada, só confundem e deixam mais dúvidas. Se as coisas eram tão maravilhosas e o Hibria tão bom e tão importante, por que então quatro dos cinco integrantes resolvem sair e evitam dizer os motivos?
A banda sempre foi sinônimo de sucesso no metal nacional e deve uma explicação decente aos fãs e à imprensa que sempre apoiou o ótimo trabalho do grupo.
Música não dá dinheiro? Cansaram e vão arrumar empregos ou outros empregos? Brigaram entre si? Pela importância que a banda alcançou no cenário nacional, as explicações dadas são insuficientes.
Seja como for, o metal nacional perde um de seus mais importantes representantes – ao menos por enquanto. E que, se ressuscitar, que consiga ao menos manter parte do prestígio e qualidade que conseguiram em quase 20 anos de atividades.
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