O metal e Pabllo Vittar contra o preconceito e a homofobia
Marcelo Moreira
Ouvindo emissoras de rádio populares e programas de TV ruins na atualidade tem-se a impressão de que nunca se produziu tanta porcaria na música pop atual, tanto no Brasil quanto no exterior.
Pode ser mera impressão, mas é inacreditável como a música péssima prolifera com rapidez, indo da inacreditável Anitta e do péssimo Liniker a coisas ainda piores como Lorde, Lady Gaga, Katy Perry e a infindável série de lixos que o chamado rhythm & blues atual dos Estados Unidos produz.
Um cantor incensado pela comunidade LGBT e que caiu nas graças de parte expressiva do público que se contenta com pouco chama-se Pabllo Vittar. Sua música é tão ruim quanto a dos outros artistas citados.
Por que me dou ao trabalho de perder tempo com esse tipo de artista? Porque, infelizmente, ele simboliza algo que todos nós devemos combater: ele é vítima de intolerância racial e homofobia, e por isso precisa ser defendido.
O assunto é importante porque surge em uma semana em que uma exposição de artistas plásticas foi cancelada em Porto Alegre por um grupos de lixos humanos identificados com o fascismo e com o conservadorismo mais nojento que existe – com o apoio explícito da excrescência chamada MBL (Movimento Brasil Livre).
O blogueiro Julio Feriato, em seu Heavy Nation/UOL, publicou dias atrás uma notícia exclusiva onde uma banda brasileira de heavy metal estaria prestes a fazer um convite para Pabllo Vittar cante em seu próximo CD e, possivelmente, em um videoclipe.
Feriato não deu o nome da banda, e a nota que publicou é bem curta. No entanto, foi o suficiente para que o assunto ganhasse proporções grandes e que, infelizmente, a música ficasse em segundo o plano.
Houve um tempo em que o gueto do heavy metal se achava "diferenciado" – os apreciadores do estilo se julgavam mais bem informados, mais qualificados, com mais bom gosto e até mesmo inteligentes, coisas que as pessoas realmente inteligentes nunca levaram a sério.
Entretanto, o nível de parcela expressiva dos que se dignaram a fazer comentários a respeitos em muitos ambientes da internet é baixíssimo, jogando quase tudo e todos na vala comum da lama.
Q qualidade musical de Vittar pouco importou. Sobraram comentários ofensivos e preconceituosos, do naipe de "heresia", "nojento", "asqueroso", "não dá para misturar esse tipo de gente", "banda vendida" e outras coisas bem escrotas.
Muitos ignoram as constantes colaborações que bandas como Angra, Sepultura e outras fizeram com artistas tidos como estranhos ao mundo do rock e do metal – bem mesmo o excelente cantor lírico Édson Cordeiro, nos anos 80, sofreu tantos ataques ao se bandear para o rock e a música pop.
Vivemos tempos sombrios e perigosos, onde a intolerância e o autoritarismo de parte da sociedade ganham corpo e ameaçam a democracia. É gentalha que gosta de ditadura militar e de policiais batendo em manifestantes e matando indiscriminadamente.
Quem venha a parceria entre Pabllo Vittar e a banda de metal para combater o preconceito, a intolerância e a homofobia.
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