PAD, novo supergrupo nacional, lança single em busca de uma identidade
Marcelo Moreira
O Brasil precisa de mais um supergrupo? O que é, na verdade um supergrupo? É possível denominar assim a junção de músicos que fizeram fama em algumas bandas no momento em que o rock está cada vez mais "guetificado"?
O surgimento do PAD, em 2016, é uma iniciativa corajosa, embora muito arriscada e temerosa. Veteranos roqueiros da cena paulistana tentando concorrer com uma molecada cheia de gás e que não mede esforços em dar murro em ponta de faca por muito tempo?
Para o músico Marcos Kleine, é hora de ir à luta e remar contra a maré, como contou ao Combate Rock em um evento no final de 2016. "É um projeto legal e forte, com músicos tarimbados. Estou bastante empolgado."
O nome "PAD" vem de pé de galinha, um sarro com o Chickenfoot, supergrupo formado nos anos 2000 por Sammy Hagar e Michael Anthony (ex-Van Halen), o guitarrista Joe Satriani e o baterista Chad Smith (Red Hot Chili Peppers). Na versão brasileira, Fábio Nogueira – fã de Hagar – é quem assume os vocais.
"Viver o momento intensamente e deixar o passado para trás. Não se apegar ao futuro". A mensagem, escrita pelo vocalista e desenhada com o riff da guitarra de Kleine, deu origem ao primeiro single da banda, "Not So Vain", lançado neste final de semana.
Ok, relevemos a pretensão da rapaziada e o fato de que a frase não diz absolutamente nada. O som é bom e agradável, prenunciando uma direção rumo ao hard rock, com peso, e melodias bem sacadas.
Até agora são duas músicas, a já citada e "Sem Destino", não tão inspirada quanto o single mais novo. Cantar em inglês ou em português? Essa dúvida parece que persistirá por algum tempo enquanto o sexteto decide qual a estratégia a seguir. Parecem um pouco perdidos, mas a tendência parece ser as canções com letras em inglês, a julgar pelo resultado positivo de "Not So Vain" – e melhor do que "Sem Destino".
Curiosamente, o texto de apresentação da banda divulgado, escrito por um conhecido jornalista da área cultural, informa, mas não de modo muito claro, que o foco está em um repertório nacional e autoral. Então faz sentido lançar uma música, ainda que seja boam em inglês?
O grupo está no Green Man Studious preparando as músicas do primeiro trabalho, que deve ser lançado ainda em 2017. Qual direção que será seguida? A mais pesada em "Not So Vain", que conta com um trabalho de guitarras muito bom, ou a guinada mais pop de "Sem Destino", com seu som oitentista inspirado em Billy Idol e The Police?
"A busca irrefreável pelo controle de tudo e de todos o tempo inteiro é uma das coisas que eu mais vejo como indício de depressão nas pessoas, mesmo que não aparentem os sintomas comuns como falta de motivação, desistência e tristeza", explica o vocalista Noogh.
Ainda é cedo para fazer apostas concretas no PAD. Ainda estão tateando em busca de um caminho, o que é salutar e abre portas para que o ecletismo seja abraçado. A busca por ecletismo, no entanto, não pode amarrar o futuro da banda. Por mais que versatilidade hoje seja um diferencial, atirar para todos os lados deixou de fazer sentido há muito tempo. Mas o começo é bem promissor.
Kleine, titular da guitarra do Ultraje a Rigor e da banda Vega, assina a identidade musical do projeto com o luxuoso auxílio de Leandro Pit (também guitarra), William Bill de Oliveira (baixo), Rodrigo Simão (teclados e piano) e Thiago Biasoli (bateria).
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