Movimento Riot Grrrl redefine o papel feminino no rock
Durante muito tempo, o papel da mulher no rock era o de ser groupie, quando muito, vocalista, se atendesse certos quesitos estéticos (sim, há exceções, mas elas costumam comprovar a regra).
Essa situação começou a mudar a partir do movimento punk: as meninas começaram a assumir instrumentos e posições antes destinadas aos homens, mas ainda assim lutavam contra o estigma: "mulher não sabe tocar tão bem quanto o homem" e, constantemente, eram desencorajadas a continuar a tocar.
Foi dentro da cena underground do hardcore, no começo dos 1990, que Allison Wolfe, Molly Neuman (ambas da banda Bratmobile) iniciaram uma colaboração com Kathleen Hanna e Tobi Vail (ambas do Bikini Kill) no fanzine Riot Grrrl, dando nome a um movimento que já existia.
Temas como estupro, abuso sexual, violência doméstica, racismo, misoginia e empoderamento feminino eram abordados por bandas que fugiam do estereótipo "garotas bonitas e gostosas" que predominava nas décadas anteriores. Embora suas integrantes neguem o papel de liderança, tanto Bratmobile como Bikini Kill são as bandas que mais se destacaram no cenário.
Kathleen Hanna, do Bikini Kill, fundou em 1998 a banda de eletro-pop Le Tigre, que também abordava temas referentes ao universo LGBT. O Le Tigre lançou três albuns e teve suas atividades suspensas em 2007. O documentário "Who Took The Bomp?", retrata a última excursão da banda.
Em 2010, ela foi diagnosticada como portadora da Doença de Lyme, com a qual ela lutava desde 2005. A história de Hanna e sua luta contra a doença é contada no documentário "The Punk Singer". Desde 2010, ela lidera o projeto The Julie Ruin, que lançou seu segundo álbum "Hit Reset" no ano passado.
Tobi Vail hoje hoje é escritora freelance, tendo publicado as antologias "Pussy Riot: A Punk Prayer for Freedom" e "The Riot Grrrl Collection". Molly Neuman atualmente é a responsável pelos projetos de música no Kickstarter e Allison Wolfe vive em Los Angeles, participa de vários projetos musicais e foi uma das criadoras do Ladyfest, um evento de artes e música reunindo artistas mulheres, feministas ou não. O Ladyfest acontece em diversas cidades do mundo, desde 2000.
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